Mário Centeno alerta para as condições de acesso ao crédito. Num artigo de opinião no “Diário de Notícias”, o governador do Banco de Portugal reconhece os desafios desta crise desigual e apela a que essas condições sejam favoráveis, embora não se deva incentivar empréstimos sem sustentabilidade económica.
Pede ainda às “autoridades orçamentais que evitem os impactos negativos associados ao fim abrupto de algumas medidas” no pós-pandemia, como o lay-off simplificado e as moratórias, que devem ser mantidas ao longo do ano, mas devem ser adaptados à evolução da crise.
Assim, diz Centeno, as famílias e as empresas devem retomar o reembolso dos créditos, mas de forma gradual e efetiva, permitindo um retorno à normalidade sem sobressaltos. “As moratórias não são um perdão de crédito”.
“Até setembro de 2021, estima-se que até 11 mil milhões de euros de reembolsos previstos nos planos de créditos venham a ser adiados devido às moratórias. Não se trata de um acumular de dívida, mas sim de um adiamento do pagamento, acomodando esse momento ao retorno da atividade a níveis mais próximos do período anterior à crise.”
Neste artigo, o antigo ministro das Finanças elogiaros decisores de várias áreas que “foram céleres, inovadores e coordenados. Assim, as medidas adotadas devem, em 2021, ser adaptadas à evolução da crise e devem servir para preparar a recuperação.”