A situação de seca extrema que grande parte do território continental de Portugal atravessa, bem como as tragédias dos incêndios que em Junho e Outubro fizeram mais de cem mortos, obrigam os bispos a uma reflexão sobre a “ecologia integral”, disse esta segunda-feira o patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
“Dadas as graves e gravosas circunstâncias que afectaram e afectam o nosso país, entre os incêndios e a seca, com tantas perdas de vidas e danos materiais de toda a ordem, temos de rever profundamente a nossa relação com o meio ambiente, no sentido daquela ‘ecologia integral’ a que o Papa Francisco dedicou a encíclica Laudato si’”, disse D. Manuel.
“É tempo de nos sentirmos parte consciente e responsável duma criação que há de ser tomada como um todo e assim mesmo respeitada nos seus ritmos e sinais.”
A preocupação ecológica é integral, explicou o Patriarca de Lisboa, precisamente na medida em que não ignora o cuidado pela dignidade humana, “no seu arco inteiro da concepção à morte natural”. A protecção da vida humana é, por isso “um caminho claro e obrigatório” para a Igreja portuguesa. D. Manuel saudou todos os grupos que trabalham nesse sentido e remeteu para a nota pastoral sobre a eutanásia, publicada em Março de 2016 pelos bispos portugueses.
Neste seu discurso de abertura da reunião plenária da CEP, o cardeal D. Manuel falou ainda das recentes mortes de dois bispos portugueses, o emérito de Setúbal, D. Manuel Martins e o bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos. Saudou também a nomeação de D. José Traquina para a diocese de Santarém e disse que os bispos aguardam “serenamente” as outras nomeações que se aguardam para o episcopado português.
Foi feito ainda um agradecimento especial à diocese de Leiria-Fátima e ao Santuário de Fátima devido à organização da visita do Papa Francisco em Maio.
Na agenda deste encontro plenário encontra-se ainda a discussão sobre a preparação para o casamento, em linha com as orientações expressas na exortação pós-sinodal “Amoris Laetitia”.