A Procuradoria-Geral da República reitera que o Ministério Público está a recolher e analisar os novos elementos constantes dos "Panama Papers" envolvendo portugueses e que abrirá inquérito se encontrar factos que configurem crime.
Segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), sediado em Washington, que reuniu para investigar documentos resultantes de uma fuga de informação 370 jornalistas de mais de 70 países, mais de 214 mil entidades 'offshore' estão envolvidas em operações financeiras em mais de 200 países e territórios em todo o mundo.
Depois do trabalho divulgado a 3 de Abril em diversos jornais internacionais, o semanário Expresso e a TVI noticiaram entre sexta-feira e hoje que há mais de 240 portugueses nas 'offshores' do Panamá, entre os quais os nomes mais conhecidos são Luís Portela, Manuel Vilarinho e Ilídio Pinho.
Perante estes novos dados, a PGR repetiu que "o Ministério Público está a acompanhar a situação, recolhendo elementos e procedendo à respectiva análise. Se desses elementos resultarem factos susceptíveis de integrar a prática de crimes, o Ministério Público, como sempre, não deixará de agir em conformidade".
A investigação dos cerca de 11,5 milhões dos chamados "Papéis do Panamá" revelou informação relativa a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património.
De acordo com a investigação dos jornalistas do ICIJ, milhares de empresas foram criadas em 'offshores' e paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património, entre eles o rei da Arábia Saudita, elementos próximos do Presidente russo Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Bourbon.