Em Bruxelas com os restantes líderes europeus, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, felicitou esta quinta-feira a vitória de Vladimir Putin nas presidenciais da Rússia, eleições que foram condenadas pela própria União Europeia.
Na segunda-feira, após serem conhecidos os resultados das presidenciais, a União Europeia alertou para a realização de eleições em territórios ucranianos que foram ocupados pela Rússia desde fevereiro de 2022, bem como para a falta de observadores internacionais, descrevendo o processo eleitoral como uma "autêntica violação da lei internacional" por parte da Rússia.
Isso não impediu Orbán, através do seu porta-voz do Governo húngaro, Zoltan Kovacs, de anunciar que o primeiro-ministro enviou uma carta a Moscovo a felicitar Putin pela sua reeleição, "notando que a cooperação entre Hungria e Rússia, com base no mútuo respeito, permite conversas importantes até nos mais desafiantes contextos geopolíticos", indicou.
"O primeiro-ministro Orbán reafirmou o seu compromisso para a paz e prontidão para a cooperação em setores que não tenham restrições da lei internacional", indicou nas redes sociais, com uma fotografia do momento em que Orbán escreveu a carta a Putin.
Apesar da guerra na Ucrânia e das sanções aplicadas pela União Europeia, a Hungria mantém relações próximas com a Rússia. Em outubro do ano passado, Orbán chegou mesmo a dizer que estava "orgulhoso" da sua relação com Putin, que conheceu na China apesar dos esforços da UE para isolar Moscovo.
Esta quinta-feira, a Hungria anunciou ainda que não irá juntar-se a uma iniciativa lançada pela República Checa para fornecer munições e enviar armamento à Ucrânia. Além de Hungria, outros países como China, Índia e Coreia do Norte também aproveitaram a ocasião para felicitar a vitória de Putin, que estende o seu mandato presidencial por mais seis anos, até 2030.