O antigo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva declarou, em entrevista ao Jornal Nacional, que se for novamente eleito vai trabalhar para pacificar o Brasil e dará liberdade à polícia para investigar denúncias.
"Quando você tem democracia e quando você tem mais que um disputando, a polarização é saudável. Ela (polarização) é importante, ela é estimulante, ela faz a militância ir para rua, carregar bandeira. O que é importante é que a gente não confunda a polarização com o estímulo ao ódio", salientou.
Questionado diversas vezes sobre casos de corrupção ocorridos nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT), liderados por Lula e pela antiga presidente Dilma Rousseff, o candidato lembrou vários mecanismos de combate à corrupção criados naquele período e disse que dará liberdade para instituições como a Polícia Federal e o Ministério Público investigarem crimes.
"Vamos continuar criando mecanismos para investigar qualquer delito que aconteça na máquina pública brasileira", afirmou.
O antigo chefe de Estado também reconheceu que houve corrupção na petrolífera estatal Petrobras, mas criticou a forma como as investigações foram conduzidas pela Operação Lava Jato, autora de processos que geraram duas condenações para Lula, uma delas sobre a alegada posse de um apartamento de luxo e que o levou à prisão por 580 dias, mas estas e outras as ações abertas pelos procuradores acabaram anuladas ou foram arquivadas pela Justiça. Atualmente, Lula da Silva não está a responder em nenhum processo judicial.
O candidato do PT também aproveitou para atacar o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, de forma indireta, ao insinuar o que podia ter feito, mas não fez, como decretos de sigilo de cem anos imposto pelo Exército numa investigação sobre o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, ou como podia ter atuado para a polícia não investigar denúncias de corrupção como alegadamente estaria a acontecer no atual governo.
Com 47% das intenções de voto, Lula da Silva lidera as sondagens para as presidenciais, seguido por Bolsonaro com 32%, de acordo com o Instituto Datafolha.
A eleição presidencial no Brasil tem a primeira volta marcada para 2 de outubro e a segunda volta, caso seja necessária, no dia 30 do mesmo mês.
Ao todo, 12 candidatos disputam as presidenciais: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D`Ávila, Soraya Tronicke, Roberto Jefferson, Pablo Marçal, Eymael, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.