A diversidade na unidade é o grande dom do Espírito Santo à Igreja, disse o Papa neste domingo. Na homilia da missa que celebrou na basílica de São Pedro, Francisco deixou, no entanto, vários alertas.
"Entre nós existem diversidades. Por exemplo, de opinião, preferência, sensibilidade", mas “a tentação é defender sempre de espada desembainhada as nossas ideias, considerando-as boas para todos e pactuando apenas com quem pensa como nós. É uma feia tentação que divide”.
Outros dos riscos é olhar a Igreja de forma mundana: ”O mundo vê-nos de direita e de esquerda; o Espírito vê-nos do Pai e de Jesus. O mundo vê conservadores e progressistas; o Espírito vê filhos de Deus. O olhar do mundo vê estruturas, que se devem tornar mais eficientes; o olhar espiritual vê irmãos e irmãs implorando misericórdia".
Francisco sublinhou ainda que "o Espírito ama-nos e conhece o lugar de cada um no todo: para Ele não somos papelinhos coloridos levados pelo vento, mas ladrilhos insubstituíveis do seu mosaico”.
Durante a oração Regina Coeli, proferida da janela do Palácio Apostólico, o Papa falou da grave situação na Amazónia, duramente afetada pela pandemia.
“São muitos os contagiados e os defuntos, mesmo entre os povos indígenas, particularmente vulneráveis. Por intercessão de Maria, Mãe da Amazónia, rezo pelos mais pobres e indefesos daquela querida região, mas também de todo o mundo”, pediu.
O Papa deixou também um apelo “para que não falte a ninguém a assistência de saúde” e acrescentou que é preciso “cuidar das pessoas, não cuidar da economia”, porque “as pessoas são mais importantes do que a economia”, pois “somos templo do Espírito Santo e a economia não”.
No final, ao despedir-se das pessoas espalhadas pela Praça de São Pedro, ainda em número reduzido, Francisco disse: “de uma crise como esta não se sai igual. Sai-se ou melhor ou pior. Tenhamos a coragem de sair desta crise melhor do que antes, para se poder construir positivamente o pós-pandemia”.