A presidente da Cáritas, Rita Valadas, classifica como "assustador" o aparecimento constante de novos pedidos de ajuda à instituição.
“Há sempre situações novas o que eu acho assustador", diz a responsável, em entrevista à Renascença, sublinhnado que muitas situações surgiram "no período da pandemia”.
A estes casos juntam-se "situações novas" de que são exemplo "crises com a situação dos migrantes”.
Rita Valadas defende que as respostas não podem ficar por acudir às emergências. "A emergência não desenvolve as pessoas e não promove a sua integração", argumenta.
Olhando para a situação económica do país, a presidente da Cáritas afirma que "as pessoas não sentem que há melhoras", pelo que "algures, alguma coisa não estamos a fazer bem".
“É muito difícil entender um discurso que faz de nós um país em situação macroeconómica muito saudável, a melhorar a cada mês, e olhar, depois, para as nossas realidades próximas e ver que não é assim.”
“É isso que me preocupa quando se fala de integração, porque nós não somos um país rico. Nós somos um país também, vulnerável”, acrescenta.
"Se não olharmos para as situações e para a sua resolução para além da emergência, não vamos conseguir ter um desenvolvimento que resolva o problema das pessoas”, diz, apontando as consequências: “Vamos ter um país fantástico no turismo e fantástico na macroeconomia."
Caritas Internacional: novo presidente é o arcebispo de Tóquio
Nestas declarações à Renascença, no rescaldo da 22.ª Assembleia Geral da Caritas Internacional que juntou em Roma 400 delegados de todo o mundo, Rita Valadas destacou o facto de a nova direção da instituição “ser a mais aberta das equipas”.
"As eleições proporcionaram um retrato bastante peculiar”, pois há "um presidente eleito entre cinco candidatos e que é um bispo que vem do Japão. Temos uma vice-presidente que foi eleito pelos representantes das regiões da Austrália e temos um secretário-geral, uma pessoa já da rede, com bastante conhecimento, que vem da Escócia”.