Os militantes do autoproclamado Estado Islâmico abandonaram esta sexta-feira o último reduto que ainda ocupavam na província de Alepo, na Síria.
A informação foi avançada pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que diz ainda que a retirada se seguiu a confrontos na região de Khanaser.
Estes dados foram confirmados pelo Hezbollah, uma milícia xiita sedeada no Líbano que luta ao lado das forças armadas sírias contra os vários grupos rebeldes que procuram derrubar o regime de Bashar al-Assad.
Em Dezembro de 2016, a cidade de Alepo foi totalmente libertada pelas forças armadas sírias, com o apoio da Força Aérea russa. Os rebeldes que ocupavam uma pequena parte da cidade não eram, contudo, do Estado Islâmico, que mantinha uma presença sobretudo em pequenas vilas e aldeias no espaço rural da província de Alepo. Agora, também esses pontos foram libertados pelos militares.
A evacuação dos últimos redutos do Estado Islâmico na província de Alepo surge no mesmo dia em que os militantes jihadistas levaram a cabo uma contra-ofensiva em Raqqa, a cidade síria que tem servido de sede para o grupo nos últimos anos.
Raqqa está sitiada por uma coligação de milícias árabes, curdas e cristãs – as Forças Democráticas da Síria – apoiadas por potências ocidentais. Este mês as Forças Democráticas da Síria conseguiram conquistar a zona industrial de Raqqa, mas esta sexta-feira o Estado Islâmico ripostou.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos afirma que os jihadistas conseguiram recuperar grande parte da zona, mas as Forças Democráticas da Síria negam, dizendo apenas que decorreu um forte contra ataque, que foi repelido.
Um oficial das Forças Democráticas da Síria diz, em declarações à Reuters, que esperam poder libertar totalmente a cidade dentro de cerca de um mês e meio.
Mossul a dias da liberdade
A sorte do Estado Islâmico não melhora no vizinho Iraque onde a cidade de Mossul, a segunda maior do país e que foi totalmente ocupada pela organização terrorista durante os últimos três anos, está a dias de ser totalmente libertada.
Calcula-se que são já poucas centenas os militantes do Estado Islâmico reduzidos a alguns bairros do centro histórico da cidade.
Na quinta-feira as forças governamentais, apoiadas por milícias xiitas, curdas e cristãs avançaram sobre as ruínas da mesquita Al-Nuri, um triunfo simbólico pois foi naquele lugar que o então líder do grupo declarou o estabelecimento de um califado em Junho de 2014.