A Associação dos Ucranianos em Portugal apelou, este domingo, aos portugueses para colocarem a bandeira ucraniana nas janelas pela paz naquele país invadido pela Rússia, e disse que vai ser pedido aos fabricantes um reforço para que haja bandeiras disponíveis.
“Na sequência do Cordão Humano pela Paz na Ucrânia, [na sexta-feira] em Lisboa, em que a palavra de ordem mais gritada foi ‘a Ucrânia somos nós’, Pavlo Sadokha lança o apelo aos portugueses para o exprimirem, colocando uma bandeira ucraniana nas janelas”, lê-se num comunicado enviado à comunicação social, em nome do presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal.
Segundo um dos organizadores da iniciativa, José Pedro Dionísio, “vai ser feito um apelo aos fabricantes”, para que haja bandeiras disponíveis no mercado.
Na sexta-feira, a iniciativa Cordão Humano pela paz na Ucrânia juntou “perto de 10.000 pessoas”, segundo a associação, em frente às embaixadas da China, Estados Unidos da América, França, Reino Unido e Alemanha, “entre 6.000 pessoas junto das cinco embaixadas e 4.000 em vários pontos do percurso”.
Empunhando cartazes com frases como “Russians Stop Putin” (Russos parem Putin), “Salvem a Ucrânia” ou “Mundo a uma só voz, Ucrânia Somos nós”, os participantes no cordão usaram também bandeiras da Ucrânia para demonstrar o apoio ao país, a sofrer uma invasão por parte da Rússia.
Os participantes no cordão concentraram-se depois junto dos portões da embaixada, onde dois representantes do grupo entregaram uma carta a um elemento da representação diplomática.
O político socialista Sérgio Sousa Pinto foi um dos elementos a entregar a carta, destacando depois aos jornalistas que o papel de Portugal é estar ao lado dos que hoje saíram de casa para “exprimir de forma inequívoca a solidariedade do povo português” e dos seus representantes para com o povo ucraniano, “vitima de uma agressão bárbara e anacrónica”.
A concentração teve também como objetivo deixar uma mensagem de determinação de que a Europa apoia o esforço dos combatentes ucranianos e os seus valores, que são também os valores dos portugueses, disse Sérgio Sousa Pinto.
Parte dos participantes no cordão humano da embaixada dos Estados Unidos partiu depois, a pé, para a embaixada da Alemanha, sempre acompanhados com música e a cantar, juntando-se também no local participantes de ações junto de outras embaixadas.
Cerca das 20h30 estavam ainda concentradas junto da embaixada algumas centenas de pessoas, gritando palavras de ordem como “Putin rua, a Ucrânia não é tua”.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.