As alterações aos estautos do CDS-PP propostas pelo presidente do partido, Nuno Melo, que incluem a criação de novos órgãos e o fim das correntes internas, foram hoje aprovadas por maioria expressiva no congresso estatutário de Aveiro.
O presidente da Mesa do Congresso, José Manuel Rodrigues, disse que a proposta foi aprovada com 609 votos a favor, 18 contra e 20 abstenções.
As propostas dos militantes Nuno Correia da Silva e José Augusto Gomes foram rejeitadas, com 514 votos contra e 63 a favor e 70 abstenções, no primeiro caso, e 594 contra, 42 abstenções e 11 a favor, no segundo.
As votações na generalidade decorreram de braço no ar no Centro de Congressos de Aveiro, que se encontra lotado.
Cerca de 700 militantes do CDS-PP debateram e aprovaram hoje alterações aos estatutos partidários, num congresso em Aveiro, assinalando-se, à tarde, os 48 anos do partido, que perdeu representação parlamentar nas legislativas de janeiro.
A extinção das correntes internas como figura estatutária foi uma das propostas defendidas pelo presidente do partido, Nuno Melo, que considera que a eficácia deste instrumento "é nenhuma", uma vez que só existe uma, a TEM, Tendência Esperança em Movimento.
Um dos objetivos das alterações estatutárias propostas pela direção será "abrir o partido a independentes" e valorizar "alguns dos principais ativos" do CDS-PP.
Com as alterações estatutárias hoje aprovadas, são criados novos órgãos estatutários no partido, como um Gabinete de Relações Internacionais, um Gabinete de Comunicação -- de forma a profissionalizar e modernizar esta área -- e um Gabinete de Apoio Estratégico e Programático, com áreas setoriais específicas.
O presidente do CDS-PP disse hoje, na sua intervenção de abertura, que convidaria António Lobo Xavier e Miguel Morais Leitão para o Gabinete de Apoio Estratégico e Programático, Luís Queiró para o Gabinete de Relações Internacionais e Maria Luísa Aldim para o Gabinete de Comunicação.
A criação de três lugares de coordenadores autárquicos adjuntos (Norte, Centro e Sul), novas regras para o Senado e para a eleição de delegados das organizações autónomas (JP e FTDC) são outras das alterações propostas pela direção ao Congresso. .
No congresso estatutário não foi discutido ou votado o pagamento obrigatório de quotas -- que está a ser alvo de contestação junto do Tribunal Constitucional -, uma vez que esta disposição já constava nos estatutos e estava apenas suspensa, tendo sido revogada em Conselho Nacional.
O 30.º Congresso, estatutário, realiza-se pouco mais de três meses depois da última reunião magna do partido.
A partir das 15:30, e sob o lema "CDS-PP 48 anos de história/Um partido com futuro", haverá intervenções em áreas setoriais por oradores do partido e independentes, cabendo o encerramento a Nuno Melo.