A sociedade tem de ser mais paliativa e envolvente em relação aos mais frágeis. O apelo do Cardeal Patriarca de Lisboa foi feito no final da procissão do Corpo de Deus, que esta quinta-feira percorreu várias ruas da capital.
“O que é preciso é acompanhar as pessoas nas situações mais frágeis e tornarmo-nos uma sociedade que envolve – que é o que quer dizer a palavra paliativo. Não apenas os cuidados, que é muito importante que se estendam e correspondam às necessidades de uma população bastante envelhecida como é a nossa”, disse.
“A nossa sociedade, todos nós, é que temos de ser mais paliativos e mais envolventes dos outros nas suas fragilidades”, acrescentou.
Em declarações à Renascença, D. Manuel Clemente lembrou os movimentos que, no recente debate sobre a legalização da Eutanásia, defenderam a importância dos cuidados paliativos.
“Reparámos numa ampla frente de pessoas, instituições, que foram coincidentes nesta defesa da vida na sua situação tão frágil como é a daquelas pessoas que por padecimentos de vária ordem, poderiam ser levadas a desistir”, referiu.
No final da procissão, no Largo da Sé, o Cardeal Patriarca de Lisboa lembrou que a mensagem cristã deve estar onde estão os mais frágeis.
“Vamos continuar a procissão. Com o mesmo realismo que o Senhor Jesus, que deu a vida por nós, está connosco e vai onde nós formos – casas, ruas, empresas, escolas, hospitais, prisões, em todo o lado onde está um cristão, Cristo vai e a procissão continua”, acrescenta D. Manuel Clemente.