​CNE admite "pequenas falhas" nas eleições em Angola
23-08-2017 - 16:15

Entre as falhas detectadas está a rejeição pelos presidentes das assembleias de voto da presença de delegados de lista dos partidos políticos para fiscalização.

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A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola admite "pequenas falhas" no processo de votação das eleições gerais desta quarta-feira, que vão decidir a composição do Parlamento e o novo Presidente do país.

Entre as falhas detectadas está a rejeição pelos presidentes das assembleias de voto da presença de delegados de lista dos partidos políticos para fiscalização.

A situação foi relatada pelo presidente da CNE, André da Silva Neto, quando procedia ao balanço das primeiras sete horas decorridas do início do processo de votação das eleições gerais angolanas.

André da Silva Neto reconheceu que este foi "um incidente que não se ultrapassou facilmente", a alteração decidida, terça-feira, pelo plenário da CNE sobre a forma como os delegados de lista deveriam fiscalizar o acto de votação.

Segundo o responsável do órgão eleitoral angolano, inicialmente a CNE tinha decidido que em cada mesa de voto deveriam estar um delegado de lista de cada um dos partidos concorrentes e um suplente.

Face aos atrasos no credenciamento destes delegados de lista, na ordem dos 51 mil para cada uma das formações políticas concorrentes, o órgão eleitoral, por reclamação dos partidos, alterou o figurino, informou André da Silva Neto.

"Decidimos que os suplentes naqueles locais em que havia mesas por se colocar delegados efetivos, os delegados suplentes se convertessem em delegados efetivos", explicou.

Questionado pela agência Lusa, sobre o número de delegados de lista credenciados pela CNE, André da Silva Neto apontou para cerca de 168.890 pessoas, uma cifra aquém da quantidade apresentada pelos partidos políticos.

Acrescentou que a decisão foi tomada já noite e encaminhada a deliberação às comissões municipais eleitorais, mas, por sua vez, "tiveram algumas dificuldades inicialmente para fazer chegar este procedimento às respectivas assembleias de voto".

"E quando esses delegados suplentes se dirigiram às mesas, para exercer esse direito como delegados efectivos, esbarraram na autoridade natural do presidente da assembleia de voto que desconhecia em princípio esta orientação", avançou.

Chegado a conhecimento da CNE, a situação foi "rapidamente" alterada, fazendo chegar a comunicação aos presidentes das assembleias de voto.

"E neste momento a situação está regularizada, os delegados de lista suplentes estão a cobrir as mesas vazias, fazendo a vez dos delegados efectivos e está ultrapassada, felizmente, esta pequena falha que se verificou em relação aos delegados de lista", disse.

Ainda sobre falhas registadas no processo de votação, o presidente da CNE indicou o atraso na abertura de algumas assembleias de voto, em alguns pontos do país, sobretudo em zonas de difícil acesso.

"Naquelas zonas onde sobretudo só se pode chegar por via aérea registaram-se alguns atrasos, quer porque os aviões preparados para o efeito, nomeadamente helicópteros, registaram algumas avarias, mas já foram superadas e neste momento todas as assembleias de voto estão abertas e o povo continua a votar de forma despreocupada, alegre e em forma festiva", regozijou-se.