O presidente dos Estados Unidos substituiu o diretor de campanha, Brad Parscale, pelo veterano do partido republicano Bill Stepien, a menos de quatro meses das eleições. Esta decisão surge na sequência dos maus resultados nas sondagens.
"Tenho o prazer de anunciar que Bill Stepien foi promovido ao cargo de gestor de campanha", anunciou Donald Trump, no Facebook.
"Brad Parscale, que está comigo há muito tempo e tem liderado as nossas tremendas estratégias digitais e de dados, permanecerá nessa função, e continuará a ser um conselheiro sénior da campanha", acrescentou.
As relações entre Trump e Parscale tornaram-se tensas nas últimas semanas. A gota de água terá sido um comício em Tulsa, no estado de Oklahoma, no mês passado, que atraiu apenas 6.200 pessoas, depois de Parscale ter anunciado que mais de um milhão tinham pedido bilhetes.
Os cerca de seis mil apoiantes de Donald Trump reuniram-se num grande pavilhão desportivo, a maioria sem máscaras, o que originou uma onda de casos nas duas semanas seguintes, de acordo com as autoridades de saúde locais. Na quarta-feira, o governador de Oklahoma, Kevin Stitt, que participou no comício e não recomenda o uso de máscara no estado, anunciou estar infetado com covid-19.
A demissão foi entregue a Parscale na quarta-feira por Jared Kushner, conselheiro da Casa Branca e genro de Trump. Parscale, sem experiência política, foi responsável pela campanha digital de Trump em 2016, sendo-lhe creditada em parte a surpreendente vitória nesse ano.
Stepien está na política há anos, tendo estado ao serviço do antigo governador de Nova Jersey Chris Christie e sido diretor da campanha de Trump em 2016.
A substituição surge numa altura em que Trump enfrenta dificuldades na campanha de reeleição contra o presumível candidato presidencial democrata Joe Biden.
O candidato democrata e antigo vice-presidente Joe Biden recolhe 48,7% das intenções de voto nas eleições de 3 de novembro, quase nove pontos percentuais à frente do presidente republicano, segundo uma sondagem conduzida pelo site "RealClearPolitics".
Os Estados Unidos estão mergulhados numa enorme crise sanitária e económica, por causa da pandemia da covid-19, que já causou mais de 137 mil mortos.