A primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, destacou, esta segunda-feira, em Lisboa a importância da arte como ligação entre pessoas e comunidades, na abertura de uma celebração de três dias do 60.º aniversário do programa "Art in Embassies".
"A arte é sobre ligação (...) é a prova e a expressão da nossa humanidade. E, mesmo quando é fácil ficarmos presos em divergências, sim, a arte pode unir-nos", sustentou Jill Biden no início destes três dias destinados a assinalar a data em Portugal.
Neles, a embaixada norte-americana promoverá a arte e os artistas associados à coleção "Art in Embassies" (AIE) numa exposição patente na residência oficial da embaixadora, Randi Charno Levine, intitulada "Celebrar a Diversidade: Democracia e Representação em Arte Contemporânea", e na "Coleção Democracia", que estará aberta ao público na Universidade Católica entre 06 de junho e 11 de julho.
"Ligação é também do que trata a diplomacia", prosseguiu a mulher do Presidente democrata norte-americano, Joe Biden, na sessão realizada no auditório da Universidade Católica.
Assistiram à sessão cerca de 400 convidados, entre os quais estudantes, diplomatas, curadores, artistas, académicos e educadores, além do presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e também Ashley, filha do casal Biden, e a irmã de Jill Biden, Bonny.
"Há 60 anos que o Departamento de Estado reconhece o poder diplomático da arte, distribuindo obras pelas embaixadas de todo o mundo e também enviando mais de 200 artistas norte-americanos como emissários culturais a comunidades locais", sublinhou a primeira-dama dos Estados Unidos a propósito do programa AIE, concebido em 1953 pelo Museum of Modern Art e formalizado pelo Presidente norte-americano John F. Kennedy em 1963.
"A cada pincelada e compasso de música, a cada oficina e intercâmbio cultural, estamos a criar uma conversa sobre história e legado, sobre ideais e identidades, sobre os laços invisíveis que nos ligam uns aos outros. através de oceanos e continentes", sustentou.
A primeira-dama norte americana acrescentou que a diplomacia "não é só uma relação entre Governos, é entre pessoas, entre povos, uma conversa direta. E quando os visitantes compreendem isso, tanta coisa pode crescer de um chão comum".
Em seguida, Jill Biden elogiou a embaixadora dos Estados Unidos em Portugal, dizendo: "Randi, sei quão profundamente acredita nesta iniciativa. A sua dedicação e paixão à promoção mundial das artes não têm paralelo. Fortalece e une a comunidade de artistas que está a transformar os nossos países, não só com a sua obra, mas com o seu compromisso com a democracia".
"E a coleção que criou é uma celebração da beleza complexa e rica da América. Mesmo quando as exposições terminarem, as ligações que criou, as novas ideias que partilhou permanecerão vivas", vincou.
Jill Biden terminou a sua intervenção agradecendo a presença dos membros do serviço diplomático, de dignitários e de "alguns dos mais proeminentes artistas dos Estados Unidos".
"Lembram-nos de que a diplomacia, a justiça, a liberdade são coisas que estão vivas (...) em cada diplomata que trabalha para um futuro melhor, cada pintor e cantor e escultor que nos ajuda a ver as cores escondidas do mundo ao nosso redor. Obrigada", concluiu.
Na terça e na quarta-feira, artistas norte-americanos representados tanto na coleção "Celebrar a Diversidade" como na "Coleção Democracia" (Sanford Biggers, Nick Cave, Deborah Kass, Maia Lin, Christopher Myers, Alisa Nisenbaum, Amy Sherald, Deborah Willis e Hank Willis Thomas) vão juntar-se a artistas portugueses (Leonor Antunes, Vasco Araújo, Ângela Ferreira, Fernanda Fragateiro, Mónica de Miranda e Diana Policarpo) para debater o papel da arte em áreas como a diversidade e a equidade e a sua influência na diplomacia e na democracia.