Para além do conflito entre o Israel e o Hamas e dos bombardeamentos de Reino Unido e Estados Unidos no Iémen contra os houthis, o Médio Oriente vive mais um escalar de tensão desta vez entre o Irão e o Paquistão.
Os dois países trocaram agressões, através de bombardeamentos, e acusações, ao longo desta semana. Afinal, o que se passa?
Na terça-feira, o Irão atacou posições no Paquistão que afirma serem bases do grupo jihadista Jaish al-Adl (“Exército da Justiça”), avançou inicialmente a agência iraniana IRNA, que indicou a utilização de mísseis e drones nesta ofensiva.
O grupo jihadista tem reivindicado vários ataques e atentados na província do Sistão-Baluchistão, uma das mais pobres do Irão junto à fronteira com o Paquistão.
A região é palco de frequentes confrontos entre as forças de segurança, por um lado, e os rebeldes da minoria baluchi, grupos radicais sunitas e traficantes de droga, por outro.
Em resposta, o Paquistão caracterizou o ataque de "uma violação não provocada" do seu espaço aéreo e acusou o Irão de ser responsável pela morte de duas crianças e mais três feridos.
E, esta quinta-feira, mísseis paquistaneses foram lançados para o sudeste do Irão, provocando, pelo menos, nove mortos, em assumidos ataques de retaliação contra "grupos armados anti-Paquistão" e "esconderijos terroristas".
Em reação a um escalar de tensão entre Irão e Paquistão, os EUA posicionaram-se contra. John Kirby, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, reconheceu que a administração norte-americana está a "acompanhar de muito perto" as tensões entre os dois países, que se agravaram subitamente esta semana.
O Paquistão é aliado dos norte-americanos e o diplomata realça que o país "foi atingido primeiro pelo Irão", tratando-se de um "exemplo do papel perturbador do Irão na região".