O número de trabalhadores da administração pública voltou a subir no primeiro trimestre, em 0,7% em termos homólogos, para 745.642, atingindo um novo máximo desde o início da série, em 2011, segundo dados da DGAEP publicados esta segunda-feira.
De acordo com a síntese estatística da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), em "31 de março de 2023, o emprego no setor das administrações públicas situou-se em 745.642 postos de trabalho, correspondente a +2,5% (+17.941 postos de trabalho), face a 31 de dezembro de 2011".
O número de postos de trabalho na administração pública tem vindo a aumentar nos últimos anos e desde 2020 que é superior a 700 mil.
No primeiro trimestre de 2023, o emprego público aumentou 0,7% em termos homólogos e 0,5% face ao trimestre anterior, de acordo com a DGAEP.
O crescimento homólogo de 0,7% (mais 4.942 postos de trabalho) "resulta sobretudo do aumento na administração local" que registou mais 4.548 trabalhadores no primeiro trimestre, indica a síntese estatística.
Ao contrário, na administração central registou-se uma redução de 252 postos de trabalho.
"Na administração local, o aumento de emprego face ao período homólogo teve origem, fundamentalmente, nos técnicos superiores (+1.176 postos de trabalho) e nos representantes do poder legislativo (+1.130)", explica o organismo.
Já a quebra de emprego na administração central resultou "da redução nas Forças Armadas (-2.153 postos de trabalho), mas também do aumento nas Unidades Orgânicas de Ensino e Investigação (+1.469 postos de trabalho, sobretudo docentes do ensino superior com contratos a termo) e nas Forças de Segurança (+714, em resultado, principalmente, da contratação de guardas da GNR no 2.º trimestre de 2022)", explica a DGAEP.
Face ao trimestre anterior, o emprego nas administrações públicas aumentou 0,5% (+3.448 postos de trabalho), devido ao acréscimo de 0,4% na administração central (0,4%) e de 0,8% na local.
Na administração central, o aumento de emprego face ao trimestre anterior verificou-se sobretudo nas Entidades Públicas Empresariais (EPE) do Serviço Nacional de Saúde (+1.646 postos de trabalho) "por força da contratação a termo de médicos que iniciaram o internato em estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde" e nas escolas de ensino básico e secundário (+1.016), devido à contratação a termo de docentes.
No final do primeiro trimestre, 62% dos trabalhadores das administrações públicas eram mulheres. Nas administrações regionais, a taxa de feminização era mais elevada e a administração local era o subsetor com a taxa de feminização mais baixa (45,1%).
Remuneração média sobe para 1.620 euros
O valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores da administração pública fixou-se em 1.619,6 euros brutos, em janeiro, um aumento de 4,5% face ao mesmo mês de 2022, segundo a DGAEP.
“Em janeiro de 2023, o valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores a tempo completo no setor das administrações públicas situava-se em 1.619,6 euros, correspondendo a uma variação global média de +3,2% face ao mês de referência do trimestre precedente (outubro 2022), e a uma variação homóloga de +4,5%”, pode ler-se na síntese elaborada pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público.
Segundo explica o organismo, o aumento resulta da conjugação da entrada e saída de trabalhadores com diferentes níveis remuneratórios, bem como “das medidas de valorização remuneratória aprovadas para os trabalhadores em funções públicas”.
Também o aumento do salário mínimo nacional em 55 euros, para 760 euros, em janeiro, e a atualização da base remuneratória da administração pública, para 761,58 euros, contribuíram para a subida do valor da remuneração média.
Já o ganho médio mensal (que inclui subsídios e suplementos remuneratórios) é estimado pela DGAEP em 1.910,3 euros brutos em janeiro, mais 5,1% em termos homólogos e mais 3,4% em relação a outubro.
“A variação homóloga resulta do aumento da remuneração base média mensal e das restantes componentes do ganho, como subsídios e suplementos regulares e pagamentos por horas suplementares ou extraordinárias”, explica a DGAEP.