Como um camaleão, a cada dia de Rock in Rio Lisboa, o público da cidade do Rock transforma-se. Entrar no último dia do festival é ver uma faixa etária muito jovem, alguns ainda acompanhados pelos pais que vêm ao último dia do evento. Pela idade, há no público quem venha pela primeira vez.
Depois de somar 207 mil pessoas nos três primeiros dias, o Rock in Rio Lisboa estava a rebentar pelas costuras num dia que ficou marcado por muito pó de terra no ar. Segundo a organização, só este domingo estavam 80 mil pessoas no parque da Bela Vista. A relva estava completamente seca e o vento ajudou “a levantar poeira”, como cantou uma das estrelas do festival, a brasileira Ivete Sangalo.
Uma das famílias que a Renascença entrevistou e que trazia a filha mais nova, de 8 anos, pela primeira vez ao Rock in Rio Lisboa deixava à organização do evento um repto: “Era uma mais-valia não estarmos aqui com este pó todo que causa alergias”.
Nada que tenha atrapalhado a filha mais nova, nem a mais velha que só de lembrava “da roda gigante”, da última edição que veio há 4 anos. Sobre o que está a viver agora, mostra-se satisfeita. “Muito melhor. Acho que me vou recordar bastante desta experiência. Estou mesmo a adorar”.
Quem também não esperava vir parar ao Rock in Rio Lisboa, é Rita. Vem vestida igual ao seu grupo de amigas que a trouxe de olhos vedados até à cidade do Rock. “É a minha despida de solteira”, explica a noiva. “Estou maluca, ainda não acredito que estou aqui!” diz alegremente Rita que faz questão de explicar que ela, e as suas amigas, são as “Anitas”, e vêm, claro este domingo, ver Anitta em palco.
Em tudo isto, “tem uma unanimidade”, refere Roberta Medina. Para a vice-presidente do Rock in Rio Lisboa, há “uma alegria” no público. “Para quem esteve aqui, ou tem acompanhado através da rádio e da TV, pudemos resgatar um pouco desse direito de ser feliz. Acho que isso é a maior vitória desta edição”, sublinha a filha do fundador do festival.
“2024 estamos aqui”, confirma Roberta Medina e com a Renascença, “um casamento perfeito”
É habitual no último dia do festival haver uma declaração da organização à imprensa sobre a próxima edição, mas isso este ano não aconteceu. Em entrevista à Renascença, contudo, e questionada sobre se o Rock in Rio regressa a Lisboa dentro de dois anos, Roberta Medina responde de forma impulsiva.
“Com certeza absoluta”, declara a vice-presidente do evento. Roberta Medina afirma que “em 2024 estamos aqui!”. Concentrada ainda nesta edição de 2022 que teve de ser adiada por duas vezes, a responsável não quer para já avançar detalhes sobre a próxima edição de 2024.
Roberta Medina quer para já que o público “sai feliz” desta edição e confirma que “a partir de terça-feira começam a olhar o futuro”. Questionada sobre a parceria com o Grupo Renascença Multimédia que envolve as três rádios, RFM, Renascença e Megahits, a vice-presidente do Rock in Rio Lisboa é categórica. “Sem dúvida nenhuma! Sempre! É uma parceria de 19 anos. É feita para ficar. É um casamento perfeito!”
Ideias para a edição de 2024
Há quem queira ouvir os Coldplay, os U2, os Guns N’Roses, a Tina Turner ou mesmo o Chico da Tina. Não há quem não tenha uma sugestão daquilo que gostava de ver numa próxima edição do Rock in Rio Lisboa.
São várias as ideias do publico que quase sempre diz que a próxima edição será para o ano, esquecendo-se que o festival acontece de dois em dois anos. Mas no campo de ideias para edições futuras, também os chefs têm uma palavra a dizer.
É o caso de Vitor Sobral que em entrevista à Renascença deixa uma ideia para a próxima edição. “Gostava de voltar com um projeto que é toda a comida que se normalmente se come nos festivais, fosse bem feita. Vamos fazer um cachorro ou um hambúrguer? Então vamos fazer de verdade, com carne. Pegarmos naquilo que são as nossas sanduiches tradicionais, nas bifanas, nos pregos, as sandes de carne assada, e dar-lhes uma roupagem diferente, uma apresentação mais atualizada”. A ideia destaca o chef Vitor Sobral é educacional em termos alimentares. “Para os jovens perceberem que é possível comer de uma forma saudável e comida portuguesa”.
Sugestões que ficam para um regresso do Rock in Rio a Lisboa. À Renascença, no primeiro sábado do festival o autarca de Lisboa garantia que queria a continuação do festival na capital portuguesa. Carlos Moedas afirmava: “obviamente que temos o protocolo e isto é para continuar. Este é um evento muito importante para a cidade e sobre isso não há dúvidas”.
Contudo, o autarca acrescentou: “Aquilo que estamos a olhar nesse protocolo é como é que ajudamos mais na cidade, seja na área da sustentabilidade, na economia circular, para que o Rock in Rio continue a fazer o que estava a fazer, mas também tenha aqui algumas partes de inovação. Vamos trabalhar em conjunto para uma melhor cidade, uma cidade mais limpa, mais ecológica e ambiental. É isso que todos queremos e lutamos.”, afirmou Moedas.