Cerca de 22% dos mais de 6 mil doentes oncológicos à espera de cirurgia em junho tinham já ultrapassado os limites de tempo de espera estabelecidos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em média, nos primeiros seis meses deste ano, os doentes com cancro esperaram cerca de 28 dias por uma cirurgia. Já no caso da cardiologia, quase metade dos doentes que estão a aguardar cirurgia tinham já ultrapassado também os Tempos Máximos de Resposta Garantidos (TMRG), indica a Entidade Reguladora da Saúde (ERS).
No seu mais recente relatório de monitorização sobre os tempos de espera no SNS, divulgado esta segunda-feira, a ERS alerta que os utentes tiveram de esperar mais do que em 2021 quer por cirurgias quer por consultas nos primeiros seis meses de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado.
O regulador indica que houve um aumento da taxa de incumprimento dos tempos de espera “para as cirurgias cardíacas e oncológicas, e um aumento do número de utentes em lista de espera para cirurgia transversal a todas as áreas analisadas, face ao primeiro semestre de 2021”.
Já em relação às consultas, em todas as áreas analisadas também foram obtidas, para o primeiro semestre de 2022, “percentagens de incumprimento superiores às registadas no primeiro semestre de 2021".
Em particular, a ERS destaca os "aumentos muito significativos no número de utentes em lista de espera para primeira consulta hospitalar”, é indicado no relatório.
“Quanto aos cuidados de saúde prestados ao nível CSP, no primeiro semestre de 2022 apuraram-se taxas de incumprimento dos TMRG entre 15,2% e 21,9% nas consultas no domicílio e entre 2,9% e 10,4% nos pedidos de renovação de medicação.”