A Associação Lisbonense de Inquilinos não entende as críticas do Presidente da República e de outras personalidades à estratégia do Governo para a habitação.
"Não entendo muito bem que algumas personalidades, o Presidente da República e outras com espaço mediático bastante elevado, tenham atitudes de bota abaixo", diz António Machado em declarações à Renascença esta terça-feira.
Para o secretário-geral da associação, António Machado, alguma coisa tem de ser feita e que têm de ser encontradas soluções para o problema.
"Não estou aqui a defender a proposta do Governo, é bom que fique claro, é preciso é que se encontrem soluções para a calamidade em que isto está, com falta de habitação e habitação cara. Do nosso ponto de vista, todas as soluções podem ser boas desde que se possam fazer."
António Machado lembra que, "desde os anos 90, o Estado não investe praticamente nada em habitação, o Estado e as autarquias, a administração praticamente não investe nada, e portanto os problemas vieram-se agravando com o aumento dos preços e de repente era preciso, de facto, tomar medidas".
António Machado diz que a Associação que dirige "discorda" de algumas medidas, nomeadamente relativas à utilização da propriedade, "porque entendemos que, em primeiro lugar, há muita habitação, propriedade pública, que está nos Ministérios e nas empresas públicas", como a EPAL, Forças Armadas, Segurança Social e Fundações, que pode e deve ser usado.
"O Governo devia ter começado por aqui e depois logo se via o que é que acontecia", destaca. Ainda assim, António Machado refere que, "na legislação atual, já está prevista a posse administrativa de casas para serem utilizadas, portanto todo este escarcéu que se levantou com esta medida não tem sentido nenhum; ou tem, tem o sentido de deitar abaixo."