O provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares, diz que a instituição "não tem capacidade, quer técnica quer financeira", para entrar no capital do Montepio.
O provedor da Misericórdia do Porto diz à Renascença que a possibilidade da sua instituição entrar no negócio é "meramente académica".
"Neste momento, é uma hipótese meramente académica, uma hipótese de trabalho. A Santa Casa da Misericórdia do Porto não tem capacidade, quer técnica quer financeira, para ser accionista de um projecto da dimensão das exigências que o Montepio necessita, por aquilo que eu sei. De qualquer forma, uma posição final só pode ser avaliada perante dados concretos, estudos", diz Tavares.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, vai ser ouvido esta quarta-feira no Parlamento sobre o eventual negócio entre a instituição que dirige e o Montepio.
Em Novembro, diversas misericórdias participaram numa reunião com Tomás Correia, em que o responsável do Montepio tentou sensibilizar os diversos provedores para a entrada no capital da associação mutualista, mas António Tavares considera "muito difícil "a materialização do negócio.
“O envolvimento financeiro das misericórdias é muito difícil de materializar. Não me pronuncio sobre a Misericórdia de Lisboa, mas as outras misericórdias só [poderão avançar] com posições muito residuais, em que todas juntas não terão grande expressão. Noutros contextos, as misericórdias já tiveram oportunidade de participar em alguns processos que nem sempre correram bem. Isso não será fácil”, remata o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto.