António Costa diz que a coligação PSD/CDS revela não compreender o "novo quadro parlamentar" que resulta das eleições de 4 de Outubro. O trabalho da coligação para chegar a um acordo de governabilidade com os socialistas é insuficiente, afirmou o líder socialista depois de uma reunião de duas horas e meia com Passos Coelho e Paulo Portas.
"Consideramos que não traduz esforço suficiente, nem revela compreensão do novo quadro parlamentar em que estamos, em que é necessário um esforço efectivo que traduza mudança política, que rompa com a política de austeridade e empobrecimento", afirmou o líder socialista.
António Costa diz que o PS elencou "17 ou 18 exemplos de lacunas graves de que o documento [enviado pela coligação ao PS] enferma", mas acabou por dizer que o seu partido iria responder por escrito à proposta, passando a papel as críticas feitas durante a reunião com Passos e Portas.
Apesar da retórica pessimista, António Costa dá mais uma oportunidade à coligação. "A coligação [PSD/CDS] terá mais uma oportunidade de poder ponderar se
efectivamente está em condições de poder criar melhores condições de
governabilidade do que aquelas que dispõe".
O líder do PS, que esta terça-feira disse à agência Reuters que se encontra em melhor posição que a coligação para formar governo, em união com PCP e Bloco de Esquerda, falou aos jornalistas depois de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas. Ambos lamentaram o facto de os socialistas não terem feito uma contraproposta ao documento da coligação.
A linguagem adoptada por António Costa em relação a este encontro com a coligação contrasta com a que tem usado em relação às suas reuniões com os partidos da esquerda, que classifica como tendo sido "muito positivas".