Os militares no poder em Myanmar (antiga Birmânia) prolongaram por mais seis meses o estado de emergência, em vigor desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021, noticiaram os 'media' oficiais.
O líder da junta, Min Aung Hlaing, pediu aos membros do Governo militar que "o deixassem no poder por mais seis meses" até fevereiro de 2023, de acordo com o Global New Light of Myanmar.
Os 11 membros do Conselho Nacional de Defesa e Segurança "apoiaram unanimemente a proposta", informou o diário estatal.
A junta declarou o estado de emergência, o que lhe confere plenos poderes, na sequência do golpe de Estado de 1 de fevereiro de 2021 que derrubou a líder civil, Aung San Suu Kyi.
O exército justificou o golpe com uma alegada fraude nas eleições gerais ganhas pelo partido pró-democracia de Aung San Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (NLD), em novembro de 2020. E prometeu novas eleições dentro de um ano.
À medida que o país vivia um conflito civil, a junta renovou mais tarde a promessa e garantiu que o estado de emergência seria levantado até agosto de 2023.
Num discurso transmitido hoje, Min Aung Hlaing não mencionou uma nova data. Disse apenas que Myanmar deve primeiro ser pacificada e estabilizar para se realizarem eleições.
O general falou em "reformar" o sistema eleitoral.
A junta birmanesa, regularmente acusada de atrocidades, levou a cabo repressão violenta contra os opositores com mais de 2.000 civis mortos e mais de 15.000 detidos desde o golpe, de acordo com uma organização não-governamental local.
Detida aquando do golpe, a Prémio Nobel da Paz de 1991, Aung San Suu Kyi, de 77 anos, enfrenta várias acusações que podem levar a um total de 150 anos de prisão.