Se o Governo não encontrar alternativas a situação nos serviços de urgência e obstetrícia e ginecologia vai agravar-se. O alerta é do bastonário da Ordem dos Médicos, quem tem uma reunião com os médicos destas especialidades.
À Renascença, Miguel Guimarães diz que os serviços vão continuar comprometidos caso os médicos se rejeitarem a cumprir as 150 horas extraordinárias.
Mas alerta para o facto de, neste momento, se estar a viver a situação pior: “Há muitos médicos, todos os dias, a saírem do Serviço Nacional de Saúde. Já não tem declarações de escusas de responsabilidade, já não dizem que não fazer mais horas extraordinárias…vão embora. Já ultrapassámos a linha vermelha”.
Há um mês que os médicos de obstetrícia e ginecologia aguardam uma resposta da tutela à carta onde indicam que não pretendem cumprir as 150 horas extraordinárias e onde avançaram com escusas de responsabilidade, sempre que as escalas não estiverem garantidas.
Esta terça-feira há, pelo menos, cinco hospitais com os blocos de partos ou urgências obstétricas fechadas.
Na Maternidade Alfredo da Costa, a maior do país o bloco de partos fecha às 21h00 e reabre apenas na sexta-feira de manhã.
No hospital Beatriz Ângelo, em Loures, o bloco de partos fecha à meia-noite e só reabre amanhã às 8h00.
O Centro Hospitalar Barreiro-Montijo também encerra o boco de partos da meia-noite até às 21h00 amanhã. O mesmo acontece com o bloco de partos do hospital de Santarém.
Em Abrantes não há médicos para assegurarem a urgência de obstetrícia e o bloco de partos a partir das 21h00 e durante 24 horas.
O portal do SNS disponibiliza informação sobre os serviços de urgência com constrangimentos em diferentes zonas do país.