O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse esta sexta-feira que o caso Selminho "sempre foi um processo político". "Não começou por ser um processo político, mas depois tornou-se", disse o autarca aos jornalistas.
Rui Moreira reagia em conferência de imprensa à absolvição anunciada no processo onde era acusado de prevaricação e arriscava a perda de mandato.
A leitura do acórdão terminou no Tribunal de São João Novo, no Porto. O coletivo de juízes concluiu que não havia provas para condenar o autarca.
O Ministério Público não conseguiu provar que Rui Moreira tenha influenciado a resolução do acordo entre a Câmara Municipal do Porto e a Selminho, indica o tribunal.
O autarca considera que este processo acabou por influenciar as eleições autárquicas, onde foi reeleito para um novo mandato à frente da Câmara do Porto.
"Poderiam ter corrido de outra maneira", disse. Ao mesmo tempo que acrescentou que este tema esteve em todos os debates para essas eleições, "quando se podiam estar a discutir outros temas".
Rui Moreira acrescentou ainda confiança nos eleitores. "Sei que os portuenses nunca me vão desiludir. Hoje fez-se justiça e deu-me mais força para lutar pelo Porto", disse.
O tribunal considerou queb Rui Moreira não prejudicou os interesses da Câmara Municipal do Porto para beneficiar os interesses da empresa Selminho, refere o acórdão.
Quanto ao alegado conflito de interesses o processo foi arquivado por manifesta falta de objetos e documentos que o provassem.
O Ministério Público, que pedia condenação por prevaricação e perde de mandato, vai recorrer da absolvição do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.
Na reação a notícia, o presidente do CDS-PP assumiu estar "feliz" e "satisfeito" por o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, ter sido absolvido no processo Selminho, considerando que foi "uma reposição da justiça". .
Em declarações aos jornalistas no Porto, à margem de uma ação de campanha para as eleições legislativas de 30 de janeiro, Francisco Rodrigues dos Santos disse que encara esta decisão "como uma reposição da justiça, num processo que foi algo conturbado e que prejudicou o autarca Rui Moreia durante a campanha autárquica, uma vez que foi um dos assuntos mais tratados na altura".
"Estou feliz e encarei a notícia sem surpresa nenhuma porque, como todo o país sabe, e o Porto em particular, Rui Moreira é um político credível, sério, idóneo, que coloca sempre o interesse do Porto acima de qualquer outra circunstância da sua vida pessoal ou política", defendeu.
O presidente do CDS-PP, partido que apoiou a recandidatura de Rui Moreira nas últimas eleições autárquicas, no ano passado, relevou que fica também "satisfeito por notar que o desfecho foi aquele que todos" aguardavam.
"E fico muito feliz pelo meu amigo Rui Moreira e pelo presidente da Câmara Municipal do Porto ter de facto deixado este assunto definitivamente arrumado e [ter sido] reposta a sua honorabilidade e a sua reputação, que é para todos nós acima de qualquer suspeita", salientou.