O gestor e consultor do Governo António Costa Silva disse esta terça-feira que existe um "consenso muito alargado" sobre a necessidade de se avançar com a linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto.
Costa Silva falava Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, durante a sessão de balanço da consulta pública da "Visão Estratégica para o Plano de Recuperação 2020/2030", documento feito a pedido do Governo, com as prioridades para a saída da crise.
"No caso das infraestruturas físicas, há um consenso muito alargado sobre a necessidade de o país fazer as infraestruturas de que necessita, nomeadamente a rede elétrica ferroviária nacional, a aposta na linha de alta velocidade Lisboa-Porto", sublinhou Costa Silva.
O professor universitário lembrou que no plano inicial apresentado em julho defendia que o projeto de alta velocidade devia ser feito em duas fases, numa primeira fase Porto - Soure, mas depois de ter analisado os contributos que foram entregues durante a discussão pública sublinha que deve ser analisado o benefício de ser feito "de uma vez só".
"Os contributos públicos chamaram a atenção para a necessidade de se fazer uma análise custo-benefício que veja se fazer de uma vez só não tem mais rentabilidade e não é mais benéfico", afirmou.
Costa Silva voltou ainda a defender a aposta na "conectividade ibérica" e disse que se o país adotar agora a "bitola europeia", isso implicará "um investimento colossal, quase inquantificável".
O documento inicial, designado “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação 2020/2030”, foi apresentado no dia 21 de julho e esteve em consulta pública no mês de agosto, recebendo 1.153 propostas de contributo, considerando Costa Silva que esta foi "uma contribuição extraordinária".
Segundo o executivo socialista, com a conclusão da "Visão Estratégica", o Governo aprova já na quinta-feira, em Conselho de Ministros, a primeira versão do Plano de Recuperação e Resiliência, instrumento do Governo que já terá tradução na proposta de Orçamento do Estado para 2021, que será entregue em 12 de outubro na Assembleia da República.
O Programa de Recuperação e Resiliência será em seguida apresentado publicamente em 14 de outubro, na véspera de o documento ser entregue à Comissão Europeia.