As dormidas de turistas não residentes caíram 50,8% no primeiro semestre, em termos homólogos, e a subida de 23,7% das dormidas de residentes não evitou a queda de 21,3% das dormidas totais, segundo o INE.
Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que as dormidas de não residentes em alojamentos turísticos, entre janeiro e junho de 2019, 2020 e 2021, caíram de 21.894, para 6.259 e 3.078, sem sinais de recuperação desde o registo dos primeiros casos da doença covid-19, no ano passado.
No primeiro semestre deste ano, registaram-se aumentos nos mercados polaco (+29%), suíço (+11,9%) e belga (+3,3%), enquanto os restantes principais mercados registaram decréscimos, segundo os dados hoje divulgados pelo instituto.
Pelo contrário, as dormidas de residentes em Portugal, que caíram de 8.828 para 4.117 entre os primeiros semestres de 2019 e 2020, recuperaram nos primeiros seis meses deste ano para 5.092, apesar de o INE destacar que, em junho, 25,3% dos estabelecimentos de alojamento turístico estavam encerrados ou sem registo de movimento de hóspedes (37,2% em maio).
"Note-se que estas variações são influenciadas pelo facto de nos dois primeiros meses de 2020 não se ter ainda feito sentir o impacto da pandemia", destaca o instituto, na publicação hoje divulgada, adiantando que, face ao primeiro semestre de 2019, as dormidas diminuíram 73,4% (-42,3% nos residentes e -85,9% nos não residentes).
No primeiro semestre do ano, registaram-se crescimentos no número de dormidas na Região Autónoma dos Açores (+28,2%) e no Alentejo (+15,4%), enquanto as restantes regiões apresentaram diminuições, segundo o INE.
Já as dormidas de residentes, nos primeiros seis meses do ano, aumentaram em todas as regiões, especialmente em ilhas da Madeira (+99,8%) e dos Açores (+66,3%) e no Algarve (+52,6%).
Neste período, o INE regista em todas as regiões decréscimos no número de dormidas de não residentes, com as menores reduções a registarem-se no Alentejo (-15,9%), enquanto as restantes regiões apresentaram diminuições superiores a 30%.
Em junho, o setor do alojamento turístico registou 1,4 milhões de hóspedes e 3,4 milhões de dormidas, refletindo um crescimento de 186,9% e 230,1%, respetivamente (+674,2% e +681,2% em maio, pela mesma ordem), mas face a junho de 2019, os hóspedes diminuirão 50,1% e as dormidas caíram 52,6%.
As dormidas na hotelaria (80,1% do total) aumentaram em junho 261,5%, face a junho de 2020, mas diminuíram 54% face a junho de 2019.
As dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (14,1% do total) cresceram 183,4% (-53,9% face ao mesmo mês de 2019) e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 5,9%) aumentaram 84,4% (-6,6% face a junho de 2019).
Os números de junho, no entanto, ficaram abaixo daqueles do mesmo mês de 2019, registando o INE uma diminuição no número de hóspedes e de dormidas de 50,1% e 52,6%, respetivamente.
Em junho, as dormidas de residentes aumentaram nas regiões autónomas da Madeira e Açores e no Alentejo e Algarve, concentrando este último 34,1% das dormidas, seguindo-se a Autoridade Metropolitana de Lisboa (16,8%), o Norte (15,8%) e o Centro (12,6%).
A estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,49 noites) aumentou 15,1% em junho (+0,9% em maio), em resultado de a estada média dos residentes crescer 5% e a dos não residentes 6,9%.