Governo avalia estado de calamidade para produção de pera rocha
23-09-2023 - 12:21
 • João Pedro Quesado , Cristina Nascimento

Autarcas do Bombarral e Cadaval, concelhos com maior produção do fruto, pedem a declaração da calamidade e a inclusão do problema do escaldão nos riscos de cobertura dos seguros.

O Governo está a avaliar se declara estado de calamidade face aos prejuízos na produção de pera rocha. A informação foi avançada este sábado à Renascença por fonte do Ministério da Agricultura.

A mesma fonte adianta que isso mesmo foi dito à Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha, que foi recebida há dias pela ministra Maria do Céu Antunes para uma reunião sobre os impactos da seca na produção deste fruto.

Os autarcas do Bombarral e Cadaval aprovaram, na última noite, uma moção na qual pedem que seja feita a declaração de calamidade, bem como solicitam "medidas de caráter excecional" para repor a produtividade agrícola e a inclusão do problema do escaldão nos riscos de cobertura dos seguros.

Segundo os produtores, cerca de 50% da produção de pera rocha ficou destruída devido às altas temperaturas que se registaram no início de agosto. O escaldão provocado pelas altas temperaturas registadas nos dias 7 e 8 de agosto piorou a quebra de produção já antes estimada.

A Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha estimou para este ano uma produção de 100 mil toneladas, metade do que num ano normal.

Na campanha de 2022/2023, que agora termina, foram colhidas 123 mil toneladas de fruta e faturados cerca de 123 milhões de euros que, ainda assim, voltaram a representar prejuízo para o setor.

Os concelhos do Bombarral e do Cadaval são os que têm maior produção de pera rocha do Oeste, uma Denominação de Origem Protegida.