Os negócios de Benfica, FC Porto e Sporting que estão sob investigação no Ministério Público (MP) ultrapassam os 228 milhões de euros, revelou esta segunda-feir a Procuradoria-Geral da República (PGR), que esclareceu que estão em causa seis inquéritos.
A nota publicada na página do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) surge na sequência das diligências da passada quarta-feira, em que foram feitas mais de 60 buscas e que visaram as instalações dos três ‘grandes’, além de escritórios de advogados e de contabilidade e diversas residências.
De acordo com o DCIAP, dos seis inquéritos que envolvem Benfica, FC Porto e Sporting, dois são “relativos a cada um dos clubes”, existindo já cerca de 120 arguidos no conjunto destas investigações do MP.
“Não é possível, neste momento, informar o valor global dos negócios em investigação, sendo que o mesmo será seguramente muito superior a 228 milhões de euros”, refere ainda a nota do DCIAP, que adiantou também a existência de outros dois “inquéritos por factos semelhantes relativos a outros clubes, mas com uma dimensão muito inferior”.
Estas investigações estão, segundo o MP, ligadas à Operação 'Fora de Jogo', que lembrou na nota hoje publicada as buscas que foram efetuadas em março de 2020.
Em causa nos inquéritos que originaram a operação desenvolvida na última semana estão “suspeitas de prática de crimes de fraude fiscal qualificada, fraude contra a segurança social e branqueamento de capitais, ligadas com celebração ou renovação de contratos de trabalho desportivo, pagamento de comissões e circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios, bem como utilização de direitos de imagem”.
As diligências incidem em factos decorridos entre 2014 e 2022, sobre os quais “existem indícios de vantagens patrimoniais ilegítimas, fiscais e contra a segurança social” fixadas em “mais de 58 milhões de euros”, sendo que as SAD de Benfica e Sporting confirmaram terem sido constituídas arguidas no processo, enquanto o FC Porto não se pronunciou.
Sob a direção do DCIAP, a investigação – que está em segredo de justiça - envolve também a Unidade dos Grandes Contribuintes e a Direção de Serviços de Investigação de Fraude e de Ações Especiais da Autoridade Tributária (AT), bem como a Unidade de Ação Fiscal da GNR.