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A Venezuela é, a par do México, Peru, Colômbia e Bolívia, dos países da América Latina mais afetados pela pandemia, havendo bastantes consequências também na Igreja.
De acordo com dados da Conferência Episcopal Venezuelana, citados pela Fundação AIS, “cerca de 10% dos sacerdotes já foram infetados pelo coronavírus, sendo que 24 acabaram mesmo por morrer”.
A muito difícil situação que se vive naquele país da América Latina levou a organização Médicos Unidos da Venezuela a lançar um apelo, na semana passada, em que dava conta que a pandemia está descontrolada.
“É cada vez mais evidente que não há controlo da informação. Não há controlo da morbilidade. Não há controlo de óbitos. Não há controlo do que acontece nos hospitais e não há controlo da vacinação. Este é um alerta. A pandemia na Venezuela está fora de controlo”, afirmava aquela organização não-governamental, em mensagem publicada nas redes sociais.
Apesar dos limites e dificuldades, a conferência episcopal destaca o trabalho abnegado que a Igreja tem vindo a fazer, por vezes em condições mesmo muito difíceis, sempre com o propósito de ajudar as populações mais empobrecidas e que estão em maior dificuldade, face às consequências devastadoras da epidemia.
Os bispos venezuelanos sublinham que os sacerdotes têm cumprido “a sua vocação de serviço à comunidade como ‘Médicos da Alma’ e fazem-no sabendo que, mesmo depois de tomarem todas as precauções e de cumprirem com todas as regras de higiene, correm o risco de serem infetados e, portanto, correm também o risco de morrer”.
Também a responsável de projetos da Fundação AIS a nível internacional, Regina Lynch, refere o desafio enorme que a Igreja enfrenta nestes países junto das populações mais atingidas pela pandemia, procurando realizar o seu trabalho, por vezes de forma heroica.
“Apesar das muitas vítimas mortais, os padres e religiosos continuam a seguir a sua missão, apoiando aqueles que adoeceram com a Covid-19 e consolando os fiéis que sofrem tão severamente”.
A responsável lembra que “os padres e as religiosas, muitas vezes, contraíram a doença enquanto prosseguiam o seu trabalho heroico de dedicação e serviço aos mais necessitados ou cuidando da saúde da alma”.
Em 2020, a Fundação AIS apoiou um total de 146 projetos relacionados com o trabalho da Igreja na América Latina e a pandemia do coronavírus.
A Venezuela atingiu os 262. 038 casos e 2. 973 mortes por
Covid-19, segundo a contagem da Universidade Johns Hopkins.