O Papa Francisco defende que “é necessário abrir mais rotas de migração legal” porque “a migração segura, ordenada, regular e sustentável é do interesse de todos os países”.
Francisco esteve reunido este sábado com centenas de refugiados e suas famílias, juntamente com as comunidades que os acolhem, e que chegaram à Europa através de corredores humanitários. É uma audiência que decorre no Vaticano.
O Papa enalteceu o trabalho das comunidades e das famílias de acolhimento que atuam quando os políticos falham.
“O vosso trabalho de identificação e acolhimento de pessoas vulneráveis procura responder da forma mais adequada a um sinal dos tempos. Aponta um caminho a seguir pela Europa, para evitar que permaneçamos congelados com medo e sem visão para o futuro”, disse.
O Santo Padre lembrou ainda que a história europeia se desenvolveu ao longo dos séculos através da integração de diferentes povos e culturas. “Portanto, não devemos ter medo do futuro!”, exclamou.
Ainda sobre o trabalho feito pelas comunidades de acolhimento, Francisco alertou que “não há aceitação sem integração”, e que “nem todos os que chegam estão preparados para percorrer o longo caminho que temos pela frente”.
“Por isso, é importante dedicar ainda mais atenção e criatividade em permitir que aqueles que têm a oportunidade de vir para a Europa compreendam e apreciem o que aqui encontram”, sublinhou.
Dirigindo-se ainda aos que promovem a integração dos refugiados, o Papa Francisco diz que estes representam “rosto mais belo da Europa”, aquele que está aberto ao futuro.
“Aos promotores destes “corredores”, aos religiosos e religiosas, e às pessoas e organizações que participam deste esforço, gostaria de dizer o seguinte: vocês são mediadores de uma história de integração, não intermediários que lucram com as necessidades e sofrimentos dos outros”, defendeu.
O Papa lembrou ainda que cada um dos refugiados mereceu a atenção “por causa das experiências difíceis que viveu”. “Gostaria mencionar em particular aqueles que passaram pelos campos de detenção na Líbia; em muitos ocasiões, ouvi suas histórias de sofrimento, humilhação e violência. Os corredores humanitários são uma forma viável de evitar as tragédias e os perigos associados ao tráfico humano”, sintetizou.
Francisco deixou ainda uma palavra para os refugiados ucranianos a quem disse que “o Papa não deixa de procurar a paz”.