O presidente-executivo da EDP, António Mexia, defende que "não há qualquer renda excessiva".
“Estou perfeitamente tranquilo sobre o assunto”, disse, esta quarta-feira, António Mexia, na sua primeira reação à polémica sobre o caso EDP.
“Não há nenhuma renda excessiva - isto ficou claro por entidades independentes. Digo mais uma vez: a Comissão Europeia aprovou todos os assuntos, a legislação foi aprovada no Parlamento em 2004. O seu a seu dono”, afirmou.
Sobre a intenção do Governo de reduzir em mais de 100 milhões de euros a renda paga à EDP, ao abrigo dos polémicos contratos CMEC, o presidente-executivo da elétrica refugiou-se no facto de ainda não ter todos os dados para comentar.
“Iremos comentar assim que tivermos acesso ao documento, que ainda não temos. Mas a questão essencial é esta: tem sido dito às pessoas que existem rendas excessivas, lançando-se uma ideia totalmente errada e agora comprovadamente errada por entidades independentes, quer nacionais quer internacionais”, insistiu.
Quanto ao processo que envolve o antigo ministro da Economia Manuel Pinho e o antigo “patrão” do BES, Ricardo Salgado, António Mexia sublinha que “não tem nada a ver com a EDP” e que, “sobre esta questão, a principal interessada em clarificar o assunto é a própria EDP”.
“Quando se começaram a levantar questões, em 17 de junho, eu escrevi à comissão relevante dizendo estamos totalmente disponíveis, queremos ajudar a clarificar. Por isso, a única coisa que eu faço é outra vez sublinhar a total disponibilidade da EDP”, reforçou.
De acordo com as notícias vindas a público, Manuel Pinho terá recebido mais de um milhão de euros do alegado saco azul do Grupo Espírito Santo (GES) através de uma sociedade offshore, dinheiro com o qual terá comprado um apartamento em Nova Iorque.
O antigo ministro terá mais quatro offshore.
Este processo investiga alegadas vantagens atribuídas à EDP pelo Governo de José Sócrates e pelo então ministro Manuel Pinho.
Ricardo Salgado foi constituído arguido neste caso na última sexta-feira, dia 20.