O Presidente russo, Vladimir Putin, classificou esta quarta-feira como um "ato bárbaro" a explosão ocorrida na terça-feira na barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia, durante uma conversa telefónica com Recep Tayyip Erdogan.
Em conversa com o presidente turco, Putin denunciou que o alegado ataque provocou "uma grande catástrofe ecológica e humanitária" na região ucraniana anexada de Kherson, tendo apontado o dedo ao governo de Kiev, que diz "continuar a apostar perigosamente na escalada das ações militares".
"Cometem crimes de guerra, utilizam abertamente métodos terroristas e organizam atos subversivos em território russo".
O Presidente turco esteve à conversa com Kiev e Moscovo sobre a explosão na barragem de Kakhovka tendo proposto uma investigação internacional.
Volodymyr Zelensky já tinha adiantado que "o Presidente Erdogan declarou que poderia ser criada uma comissão com a participação de especialistas das partes beligerantes, das Nações Unidas e da comunidade internacional, Turquia incluída”. Mas também das “consequências humanitárias e ambientais do ato terrorista russo contra a central hidroelétrica de Kakhovka, incluindo dos riscos para a central nuclear de Zaporijia".
A destruição da barragem de Kakhovka desencadeou uma saída abrupta de torrentes de água no caudal do rio Dnipro, obrigando vários milhares de pessoas a retirarem-se das suas casas e a abandonar as zonas inundadas, na região de Kherson. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky adiantou que centenas de milhares de pessoas ficaram sem água potável e ainda que 42 mil pessoas estão na zona de risco de cheias.
A Ucrânia e a Rússia têm trocado acusações sobre a autoria da explosão na barragem. É mais um episódio da Guerra Ucrânia-Rússia que se iniciou em fevereiro de 2022.