Alcochete e Vendas Novas são as duas localizações viáveis para o novo aeroporto de Lisboa e Alcochete é a “solução com mais vantagem”, revelou esta terça-feira a Comissão Técnica Independente (CTI), na apresentação das conclusões de um estudo pedido pelo Governo.
Para o comentador d’As Três da Manhã, “afinal, foi uma perda de tempo”, porque “esperamos mais de dez anos para voltar a chegar à mesma conclusão”.
“Já perdemos mais de uma década face ao anterior e, portanto, se os governos de António Costa começassem a construir aquilo que já estava decidido, porque foi decidido por um Conselho de Ministros, se tivessem começado a construir, mesmo que demorasse os tais sete anos, neste momento, António Costa já tinha um aeroporto a funcionar há um ano”, observa Joao Duque.
Questionado sobre se faz sentido construir um grande aeroporto, quando há uma grande aposta da Comissão Europeia na ferrovia, o economista diz que “está muito dependente daquilo que vai ser o negócio da venda da TAP”, assinalando que “Portugal não está no centro da Europa e, portanto, deixam de fazer sentido os voos entre Lisboa e Madrid, mas Portugal precisa sempre de transportar turistas de outras partes”.
“Nós já estamos a perder turistas, pelo facto de termos um estrangulamento no aeroporto de Lisboa, no caso de Lisboa e provavelmente no Algarve, mas, mesmo assim, neste momento, tendo em conta que a maior parte dos turistas não vêm de Espanha, não se vão transportar por via rodoviária nem ferroviária, portanto, faz sentido”, acrescenta.
A Comissão independente diz que o projeto se paga ele próprio. Será mesmo assim?
“Isso depende da forma como se vão fazer as contas. Se eu fizer uma nova ponte por causa deste aeroporto, se a razão de ser desta nova ponte é o aeroporto e servir o aeroporto, então eu devia de imputar, pelo menos esta ponte e todas as infraestruturas associadas a essa ponte, ao novo aeroporto. E eu aí duvido, duvido que se pague”, diz João Duque.