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A Iniciativa Liberal mostrou-se esta quarta-feira contra uma possível nacionalização da TAP, que considera “uma mera obsessão ideológica”, avisando que o Estado vai usar centenas de milhões de euros de impostos dos contribuintes “para enterrar” na companhia aérea.
“A Iniciativa Liberal é contra a nacionalização da TAP e considera, em reação às declarações do ministro, que ‘é imoral nacionalizar a TAP, como se de uma salvação se tratasse numa altura em que tantas empresas, em tantos setores de atividade, estão em condições de enorme dificuldade e incertezas’ e não seria possível, nem desejável, salvar todas elas”, refere, em comunicado, o partido representado no parlamento pelo deputado único João Cotrim Figueiredo.
De acordo com os liberais, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, afirmou hoje, quando questionado sobre a nacionalização da TAP, que “se é o povo português que paga, é bom que seja o povo português a mandar”, referindo que essa hipótese não está excluída, tendo entretanto o BE já apresentado um projeto lei que visa a nacionalização da companhia aérea.
“Os contribuintes que se preparem porque o Estado, pelas mãos do PS e o apoio de partidos estatistas, vai usar centenas de milhões dos seus impostos para enterrar na TAP, por mera obsessão ideológica e porque quiseram há 5 anos reverter a privatização da empresa”, avisou João Cotrim Figueiredo.
Na perspetiva da Iniciativa Liberal, “na crise em que o país irá atravessar, existem setores e funções verdadeiramente vitais, onde é importante o papel do Estado investir, como o setor da saúde”.
“Já o setor da aviação não é serviço público nem depende da existência da TAP, uma vez que existem dezenas de companhias aéreas privadas que operam num mercado concorrencial e algumas até oferecem ligações aéreas que a TAP não oferecia”, refere.
Segundo os liberais, “é também um setor que irá tardar a voltar à situação pré-crise, pelo que esta nacionalização se mostra verdadeiramente injustificada”.
Para o partido, “a TAP é hoje uma espécie de PPP com mau funcionamento, com gestão supostamente privada e grande parte do risco público, dado que o Estado tem agora 50% de uma companhia aérea cheia de dívida”, que de acordo com as contas apresentadas pelo ministro é de 800 milhões de euros.