O presidente do sindicato do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) reafirma que o desembarque de migrantes, esta tarde, na Ilha Deserta, em Faro, é mais uma prova de que Portugal já é uma nova rota da imigração ilegal.
“Quando uma variável se repete com esta frequência, não há outra forma de o dizer. Estamos perante uma rota ou um 'modus operandi' definido, cujo objetivo é entrar em território nacional e da União Europeia”, considera o presidente do sindicato, Acácio Pereira, em declarações à Renascença.
O sindicalista lamenta o que diz ser a vulnerabilidade da costa portuguesa.
“Temos uma costa completamente vulnerável, à mercê de quem pretende entrar e as pessoas não são detetadas, julgo que estes terão sido detetados por um nadador-salvador. A vigilância da costa não funciona, temos de assumir essa responsabilidade”, afirma Acácio Pereira.
“É uma situação de vergonha do Estado português perante os parceiros da União Europeia, que sabendo que a costa é simultaneamente nacional e da UE, não a tem devidamente vigiada”, acusa o sindicalista.
Acácio Pereira responde assim às declarações feitas em julho pela diretora nacional do SEF, que afirmou que era “prematuro” falar da existência de uma rota de imigração ilegal.
Este é o sexto de desembarque ilegal na costa algarvia envolvendo migrantes do Norte de África.
Recorde-se que em julho, um grupo de 21 homens desembarcou na Ilha do Farol, também no concelho de Faro.