O município de Oleiros vai dar início em março a um curso gratuito de língua portuguesa para imigrantes que habitam no concelho.
A iniciativa parte da autarquia e é feita em parceria com o Centro de Emprego e Formação Profissional (IEFP) com o objetivo principal a integração de estrangeiros na sociedade portuguesa.
“Temo-nos deparado com a chegada de muitos imigrantes ao nosso concelho e muitos têm a barreira linguística. Por isso, arranjámos uma forma de colmatar essa situação”, diz à Renascença o presidente da Câmara, Miguel Marques.
O autarca diz que os imigrantes fixados em Oleiros manifestam a vontade de se integrarem na sociedade e o número de inscrições no curso “tem crescido em todas as aldeias do concelho”.
O distrito de Castelo Branco, onde está localizado Oleiros, tem tido uma subida significativa da população imigrante. De acordo com dados de 2022 do, agora extinto, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Castelo Branco foi o segundo distrito com maior aumento de imigração, apenas superado por Viana do Castelo.
No município de Oleiros, os Censos de 2021 registam 118 imigrantes a habitar no concelho, mas Miguel Marques tem a certeza de que, atualmente, há “pelo menos o dobro”.
O presidente da autarquia conta que existem já várias iniciativas em Oleiros para integrar os imigrantes, como é o exemplo de um mercado cultural que dá a conhecer a arte dos seus países de origem.
"A inclusão e o convívio entre os habitantes do concelho e os imigrantes tem sido muito agradável”, diz Miguel Marques, sublinhando que a chegada dos imigrantes tem ajudado a mitigar o fenómeno da desertificação. “A natalidade do município tem aumentado muito graças aos imigrantes, o que nos faz acreditar que os nossos territórios têm futuro."
Em Oleiros existem vários apoios sociais, como o cheque de cinco mil euros a todos os bebés que nascem no concelho, e o apoio na compra de habitação permanente.
Miguel Marques admite ter conhecimento dos alegados casos de exploração laboral de imigrantes por todo o país e que o município está atento às possíveis denúncias. No entanto, defende que “ainda não existiu nenhum caso em Oleiros” e diz que a investigação e prevenção é feita “em conjunto com o Gabinete de Ação Social e com a Segurança Social”.
Segundo o presidente da Câmara de Oleiros, os imigrantes estão muito presentes “na mão-de-obra do concelho”, maioritariamente nos “setores florestais e restauração”.