O Conselho da Europa considerou na quinta-feira que a detenção e a transferência forçada de crianças ucranianas para a Rússia encaixam na definição de genocídio.
A resolução foi aprovada por larga maioria em assembleia, em Estrasburgo, com o respetivo documento a exigir o julgamento dos responsáveis e o regresso das vítimas à Ucrânia.
O Governo de Kiev aponta para cerca de 20 mil crianças deportadas para a Rússia, mas o Kremlin tem negado todas as acusações.
No seu habitual discurso noturno, também esta quinta-feira, Volodymyr Zelensky realçou ter havido "um importante resultado político em Estrasburgo, na sessão parlamentar do Conselho da Europa", sendo mais um passo para que a Rússia venha a ser condenada por crimes de guerra.
"É o primeiro reconhecimento de tal facto ao nível de uma importante organização internacional que une os Estados do nosso continente. Em termos práticos, esta decisão vai ajudar significativamente o nosso trabalho global para responsabilizar a Rússia e os seus funcionários, incluindo o chefe do Estado terrorista, perante a justiça por genocídio e políticas de genocídio contra a Ucrânia."
O Presidente ucraniano mencionou que os atos de Moscovo não são uma exceção na História, uma vez que "a Europa e o mundo já assistiram a várias deportações e tentativas de destruir povos". Nesse sentido, a responsabilização da Rússia poderá servir de "exemplo" para "demonstrar a outras fontes potenciais do mesmo mal que nunca sairão impunes".
"Haverá condenações por genocídio. Tal como para todos os outros crimes cometidos pela Rússia contra a Ucrânia e contra o nosso povo", reiterou.