O administrador da NASA, Bill Nelson, disse este domingo que a China estava "a falhar no cumprimento das normas responsáveis" pelos seus destroços espaciais.
"As nações exploradoras do espaço devem minimizar os riscos para as pessoas e propriedades na Terra de reentradas de objetos espaciais e maximizar a transparência relativamente a essas operações", disse Nelson numa breve declaração publicada no site da NASA, este domingo.
Detritos de um foguetão chinês lançado no final de abril caíram no Oceano Índico, este domingo, após mais de uma semana de especulação sobre onde se iria despenhar.
Os destroços do foguetão Long March 5B aterraram no Oceano Índico perto das Maldivas, disse a agência espacial chinesa. O Comando Espacial dos EUA tinha estado a seguir os destroços do foguetão.
"De acordo com o percurso e análise, pelas 10h24 (3h34 em Portugal continental) de 9 de maio de 2021, o primeiro andar do foguetão Longa Marcha 5B reentrou na atmosfera", declarou o Gabinete de Engenharia Espacial Tripulada chinês, em comunicado.
O tamanho do objeto, de cerca de 30 metros e entre 17 e 21 toneladas, e a velocidade a que viajava, perto de 28 mil quilómetros por hora, levaram à ativação das mais importantes agências de monitorização espacial do mundo, como o Pentágono ou o Serviço de Vigilância e Acompanhamento Espacial da UE (EUSST).
"É evidente que a China não está a cumprir as normas responsáveis relativamente aos seus detritos espaciais", disse Nelson.
"É fundamental que a China e todas as nações exploradoras do espaço e entidades comerciais atuem de forma responsável e transparente no espaço para garantir a segurança, estabilidade, segurança e sustentabilidade a longo prazo das atividades do espaço exterior", acrescentou.
A expetativa era que o lixo espacial fosse aterrar em qualquer lugar entre a América do Norte e a África, embora a maioria dos peritos esperasse que aterrasse em água.
Na sexta-feira, Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, disse que a agência espacial do país estava a seguir a aterragem.
"Tanto quanto sei, a parte superior deste foguete foi desativada, o que significa que a maior parte das suas partes arderá aquando da reentrada, tornando extremamente baixa a probabilidade de danos na aviação ou nas instalações e atividades terrestres", disse o porta-voz, de acordo com uma transcrição oficial.