Paulo Macedo aceitou o convite do Governo para presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), anunciou esta sexta-feira o Ministério das Finanças. O Governo ainda o convite, também aceite, a Rui Vilar para "chairman", informou o ministério de Mário Centeno, em comunicado.
"O Governo está, em conjunto com o Dr. Paulo Macedo e com o Dr. Emílio Rui Vilar, a trabalhar na definição da composição do restante Conselho de Administração. O processo de nomeação do novo Conselho de Administração da CGD segue assim o seu curso normal", adianta a mesma fonte.
Paulo Macedo vai substituir António Domingues na Caixa, que anunciou a demissão na sequência da polémica em torno da apresentação de rendimentos e património.
Foi ministro da Saúde no Governo de Pedro Passos Coelho durante os anos da "troika", director-geral de Impostos (2004-2007) e vice-presidente do conselho de administração executivo do Millennium BCP.
Rui Vilar, que era vice-presidente não executivo da Caixa, já desempenhou vários cargos públicos. É actualmente administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian.
É a confirmação oficial das escolhas do Governo. Esta sexta-feira, à Lusa, fonte próxima do processo afirmou que o executivo está a trabalhar com Paulo Macedo "na construção de uma nova equipa executiva para a CGD".
A mesma fonte afirma que não existe "qualquer dificuldade" e que "o processo não teve qualquer intervenção do Presidente da República", uma vez que este assunto "está a ser liderado pelo ministro das Finanças".
A notícia foi inicialmente avançada pelo "Jornal de Negócios", que escreveu na quinta-feira que o antigo ministro da Saúde de Pedro Passos Coelho se preparava para liderar a Caixa Geral de Depósitos, "depois de ter começado por declinar o convite".
De acordo com o "Negócios", "Paulo Macedo terá sido sensível às dificuldades do Governo em encontrar um substituto para Domingues".
No passado domingo, António Domingues apresentou a demissão do cargo de presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Saído do BPI, António Domingues tomou posse em Agosto, depois de ter participado na elaboração do plano de recapitalização do banco estatal, que obteve luz verde da Comissão Europeia.
Bateu com a porta depois de PSD, CDS e Bloco de Esquerda terem viabilizado no Parlamento uma proposta para obrigar os administradores da CGD a apresentarem as declarações de rendimentos no Tribunal Constitucional.