O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou esta quarta-feira que o seu país vai avançar com a implementação do seu novo arsenal de mísseis nucleares hipersónicos já no próximo ano, congratulando-se com o novo tipo de armas estratégicas agora em sua posse.
O anúncio foi feito depois de Putin ter supervisionado o que o Kremlin classificou como o primeiro teste deste novo sistema de mísseis, batizado Avangard, esta quarta-feira.
"Este teste, que acabámos de concluir, foi completado com total sucesso", informou Putin numa reunião governamental, citado pela Reuters.
"A partir do próximo ano de 2019, as forças armadas da Rússia vão ter este novo sistema estratégico [de mísseis] intercontinentais. Este é um grande momento para as nossas forças armadas e para este país. A Rússia obteve um novo tipo de arma estratégica."
Segundo o Kremlin, o novo sistema de mísseis, que representa uma das várias armas desenvolvidas pela Rússia este ano e que Putin tinha anunciado em março, é altamente manobrável, o que permite lançar ataques capazes de contornar escudos antimísseis como o THAAD, que os Estados Unidos já instalaram na Coreia do Sul.
O reforço do arsenal nuclear russo surge confirmado numa altura em que a administração norte-americana de Donald Trump pretende abandonar o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), um passo já criticado por vários especialistas.
“Se o INF colapsar, e tendo em conta que o tratado New Start sobre armas estratégicas expira em 2021, os países que detêm armas nucleares deixarão de ter limites ao seu arsenal”, o que acontecerá “pela primeira vez desde 1972”, alertou recentemente Malcolm Chalmers, vice-diretor-geral do Instituto Royal United Services.