O dirigente do PS Álvaro Beleza disse, este domingo, na Renascença, que, a confirmarem-se as projeções eleitorais, o PS "torna-se na casa da esquerda, como o PS francês fez há uns anos".
"O PS engole à esquerda, provoca um resultado humilhante a Bloco e PCP", sublinhou o socialista que preside à Sedes e participiou na segunda hora da emissão especial da Renascença, dedicada às Legislativas.
Destacando que "a vitória do PS é muito mérito de António Costa", Beleza diz que o primeiro-ministro "não vai ter que se virar para ninguém", ao aproximar o partido de uma maioria absoluta.
Mesmo sem maioria absoluta, "o PS poderá governar quatro anos" e "pelo menos dois orçamentos estão garantidos".
Para Álvaro Beleza, apesar de ter "engolido" a esquerda, ao contrário do que aconteceu "com Guterres e Sócrates, que ganharam ao centro", Costa governará ao centro porque "o PS é o partido da social-democracia".
Álvaro Beleza destacou o facto de PS e PSD somarem "mais de 70 por cento dos votos", o que entende como um sinal de que "o eleitorado quer que os dois partidos se entendam".
"Confirma-se que os portugueses estão ao centro e são moderados, não pretendem 'geringonças'", apontou, reforçando: "Os portugueses querem estabilidade, não querem confusão."
Na segunda hora da emissão eleitoral da Renascença, esteve também o deputado do PSD Duarte Marques, que reconheceu haver "uma desilusão" no partido, "face às expetativas que foram criadas".
"Houve uma polarização de votos à esquerda e dispersão à direita", apontou Marques, recusando apontar responsabilidades individuais ao líder, Rui Rio.
"Nós não conseguimos chamar toda a gente à direita nem mesmo chamar muitos eleitores do centro, que oscialam entre PSD e PS", rematou