António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa mantêm a reunião prevista para o final da tarde desta terça-feira em Belém, apurou a Renascença. O primeiro-ministro foi o primeiro a falar deste encontro na semana passada à entrada para a Comissão Política do PS, referindo que iria servir para tratar do "assunto" João Galamba.
Com a demissão do ministro das Infraestruturas, oficializada esta segunda-feira, a reunião entre o Presidente da República não foi, no entanto, desmarcada e mantém-se para a mesma hora, 17H30.
O facto de Marcelo Rebelo de Sousa viajar amanhã para a Guiné-Bissau para as comemorações dos 50 anos da independência daquele país e a ausência em Lisboa para a habitual reunião de quinta-feira com o primeiro-ministro, é uma das explicações para manter o encontro com Costa.
Com a demissão de João Galamba, para além de cair o ministro, cai também o secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco e para a respetiva substituição será sempre necessário haver tomada de posse.
Tudo indica que esse poderá também ser tema de conversa entre o primeiro-ministro e o Presidente da República para além da indicação de um novo secretário de Estado da Economia, tendo em conta que Pedro Cílinio aproveitou a boleia de Galamba e pediu a demissão, mas fazendo a ressalva que a saída nada tem a ver com a investigação "Influencer".
Nada impede que o próprio primeiro-ministro demissionário possa assumir a pasta das Infraestruturas no tempo que resta de Governo, a lei orgânica permite, mas terá de existir sempre uma tomada de posse.
Neste caso, nem sequer seria a primeira vez que António Costa, enquanto primeiro-ministro, tomaria posse como ministro de uma pasta específica. Em 2022, na transição da legislatura anterior para a atual, tomou posse como ministro dos Negócios Estrangeiros.
Nessa altura Costa desempenhou o cargo de chefe da diplomacia por apenas dois dias, em substituição de Augusto Santos Silva, que concorreu a Presidente da Assembleia da República, e enquanto Gomes Cravinho não assumiu a pasta.
Sendo considerada uma espécie de reunião antecipada das quintas-feiras entre Costa e Marcelo, está, para já, afastada a hipótese de o primeiro-ministro fazer qualquer tipo de declarações aos jornalistas após o encontro.