O secretário-geral do Partido Comunista, Jerónimo de Sousa, acusa o Governo de colocar-se contra os trabalhadores.
Na abertura das jornadas parlamentares do PCP dedicadas aos distritos de Lisboa e setúbal, o líder comunista apresentou um caderno de encargos para confrontar o Governo nos próximos meses, sobretudo baseado nas questões laborais.
“Este é um tempo em que é preciso confrontar o Governo do PS, que multiplica palavras e acenos, mas continua a colocar-se contra os trabalhadores. Este é um tempo de luta pelo aumento geral dos salários, valorização das carreiras e das profissões, pelo aumento do salário mínimo nacional para 850 euros, contra a desregulação dos horários de trabalho e a sua redução para as 35 horas semanais, pelo combate à precariedade, para que a um posto de trabalho permanente corresponda um contrato de trabalho efetivo.”
O PCP já marcou um debate no Parlamento, para 30 de junho, precisamente sobre direitos dos trabalhadores, em que a bancada comunista irá apresentar diversos projetos de lei que incluem, por exemplo, o limite máximo de 35 horas para todos os trabalhadores e a consagração do direito de 25 dias de férias anuais.
Na intervenção na Casa do Alentejo, Jerónimo de Sousa lamentou ainda a decisão do Governo que limitou as entradas e saídas da Área Metropolitana de Lisboa.
“É uma decisão que não reflete a evolução positiva que se tem vindo a registar com o avanço da vacinação, nomeadamente a menor gravidade da doença, a redução muito significativa de doentes em cuidados intensivos e enfermaria e também no número de óbitos”, sublinha.
Para Jerónimo de Sousa, se o Governo avançasse com as propostas do PCP de aquisição de outras vacinas e contratação de enfermeiros para os centros de vacinação, “hoje, a situação na Área Metropolitana de Lisboa e no país refletiria uma evolução ainda mais positiva”.
Na intervenção de abertura das jornadas parlamentares do PCP, João Oliveira aconselhou o Governo a não impor restrições cegas aos concelhos e a acelerar a vacinação.
O líder da bancada comunista pede que sejam criadas condições para o país se relançar em todas as áreas.
"Mais do que revisitar quinzenalmente o menu de restrições a aplicar em função de parâmetros cegos, que nada dizem da realidade que se vive em cada um dos 308 concelhos, o Governo devia concentrar esforços, meios e recursos para criar condições no objetivo de criar todas as condições para que, em segurança, a vida nacional seja retomada. O Governo devia concentrar-se em assegurar a rapidez e massificação da vacinação, rastreio e testagem, bem como a mobilização dos meios e recursos necessários à normalização da vida nacional."
João Oliveira acusou o setor económico da Área Metropolitana de Lisboa de aproveitar a pandemia para despedir trabalhadores.