A Polícia Judiciária (PJ) participou no desmantelamento de uma rede internacional de branqueamento de capitais, provenientes do cibercrime organizado.
A operação policial "SEFRICIME 2.2", realizada sob a coordenação da Europol, decorreu entre 2022 e o início deste ano e encontrava-se a investigar a invasão de sistemas informáticos pessoais, nomeadamente a pessoas e empresas em França.
Em comunicado, a PJ esclarece que as vítimas eram induzidas em erro a transferir "avultadas quantias monetárias" para contas bancárias em Portugal, abertas "em nome de empresas fictícias, algumas constituídas com recurso a documentação falsa".
A investigação portuguesa , levada a cabo pela Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), apurou que o grupo, composto por indivíduos de nacionalidade estrangeira, detinha quatro empresas e 17 contas em diferentes bancos em Portugal, recorrendo ainda a três identidades falsas.
A PJ diz que a estrutura criminosa foi responsável pelo "branqueamento de mais de 38 milhões de euros, dos quais cerca de seis milhões passaram por Portugal".
Sob proposta da polícia portuguesa, foram emitidos mandados de busca e de detenção em França. Já em Portugal, até à data, foram apreendidos cerca de três milhões de euros, assim como equipamentos informáticos e de telecomunicações.
No âmbito desta operação internacional, vários elementos da PJ deslocaram-se a França. Além das polícias de ambos os países, a ação também contou com a colaboração de Espanha, Israel, Croácia e Hungria.