O Presidente da República anunciou esta quinta-feira que as comemorações do 10 de Junho em 2020 vão realizar-se na Região Autónoma da Madeira, decisão que Marcelo Rebelo de Sousa já comunicou aos presidentes do Governo e da Assembleia regionais.
Segundo uma nota publicada no portal da Presidência da República na Internet, Marcelo "confirmou hoje aos presidentes da Assembleia Legislativa e do Governo Regional da Madeira que as cerimónias do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas se realizarão em 2020 naquela região autónoma".
"Para 2019, o Presidente da República decidiu manter a orientação, anterior ao seu mandato, de não realizar tais comemorações numa região autónoma em ano de eleições regionais", lê-se na mesma nota.
As eleições regionais na Madeira vão realizar-se no dia 22 de setembro, 15 dias antes das legislativas, que estão marcadas para 06 de outubro.
No início deste ano, Marcelo Rebelo de Sousa tem recebido críticas de governantes e dirigentes sociais-democratas madeirenses, desde logo, por parte do presidente do PSD/Madeira e do Governo Regional, Miguel Albuquerque, que lhe pediu outra atitude perante o que considera ser uma "discriminação" do Governo da República face ao arquipélago.
"É tempo de o senhor Presidente da República tomar uma posição sobre esta pouca vergonha. Nós votámos para o Presidente da República, não para tirar selfies, mas para salvaguardar as instituições democráticas", declarou Miguel Albuquerque, no encerramento do XVII Congresso Regional do PSD/Madeira.
O deputado do PSD/Madeira José Prada acusou o chefe de Estado de "virar as costas aos madeirenses" e de se mostrar "mais preocupado em andar de camião, em dar uns banhos".
Estas declarações foram feitas já depois de o Presidente da República ter anunciado, no dia 14 de janeiro, que as comemorações do Dia de Portugal em 2019 terão lugar em Portalegre, prosseguindo depois em Cabo Verde.
Três dias antes, a vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira Fernanda Cardoso tinha dito que este órgão aguardava "com expectativa" a resposta formal do chefe de Estado ao seu convite para estar na região no dia 10 de Junho.
Fernanda Cardoso referiu que Marcelo Rebelo de Sousa "acusou a receção" do convite para visitar a Madeira por ocasião do Dia de Portugal e que a resposta, "de acordo com o que foi transmitido", estava dependente do parecer do primeiro-ministro, António Costa.
"Portanto, aguardamos com grande expectativa o que será o parecer do primeiro-ministro e qual será a decisão final do Presidente da República no que diz respeito a estar presente na Madeira, na altura em que estamos a celebrar os 600 anos", acrescentou.
Em 2016, ano em que tomou posse como Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa lançou um modelo inédito de comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, acertado com o primeiro-ministro, António Costa, em que as celebrações começam em território nacional e se estendem a um país estrangeiro com comunidades emigrantes.
Nesse ano, o Dia de Portugal foi celebrado entre Lisboa e Paris. Em 2017 as comemorações foram no Porto e nas cidades brasileiras do Rio de Janeiro e São Paulo. E em 2018 dividiram-se entre Ponta Delgada, nos Açores, e as cidades de Boston, Providence e New Bedford, na Costa Leste dos Estados Unidos da América.