Numa entrevista ao programa televisivo do Canal nove “Che tempo fa”, o Papa disse este domingo que “há sempre um preço de solidão que se deve pagar quando há decisões que não são aceites”.
A propósito das reações ao recente documento ‘Fiducia supplicans’, sobre bênçãos a casais irregulares e uniões homossexuais, Francisco afirmou que “na maioria das vezes, não se aceitam as decisões porque não se conhecem”. Interrogado sobre estas polémicas por Fabio Fazio, o Papa acrescentou: “quando uma decisão não te agrada, deves falar, apresentar as tuas dúvidas e avançar com uma discussão fraterna. Perigo maior é, quando não me agrada, fechar o coração, fazer resistência e tirar más conclusões. Foi o que aconteceu com as últimas decisões sobre as bênçãos”.
Nesta conversa televisiva, Francisco esclareceu ainda que “as pessoas devem entrar em colóquio com a bênção e ver qual é o caminho que o Senhor propõe”, sublinhando que “o Senhor abençoa todos, todos, todos os que venham”.
Entre outros assuntos abordados, destaque para o anúncio de duas grandes viagens papais, à Polinésia em agosto e à Argentina até final do ano.
Sobre a guerra em curso, o Papa revelou ter medo da escalada bélica e, sobre uma possível resignação, reafirmou que, “de momento, o assunto não ocupa os meus pensamentos, não é uma preocupação, nem um desejo”. E concluiu: “Enquanto puder servir, sigo em frente e, se as condições se alterarem, pensarei nisso”.