Brexit. UE convoca cimeira extraordinária, mas exclui renegociação do acordo
10-12-2018 - 18:12
 • Ricardo Vieira

Donald Tusk convocou líderes dos Estados-membros para um encontro urgente na quinta-feira. "Não haverá renegociação", mas a Europa vai tentar "facilitar a ratificação no Reino Unido".

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O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anuncia a convocação, para quinta-feira, de uma cimeira para discutir os últimos desenvolvimentos sobre o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

A notícia é conhecida no dia em que a primeira-ministra britânica, Theresa May, adiou a votação no Parlamento de Londres do acordo alcançado com a UE, devido ao perigo de chumbo do documento.

Donald Tusk convoca a cimeira, mas avisa que "não haverá renegociação" do entendimento com o Governo britânico.

“Não vamos renegociar o acordo, incluindo a questão da fronteira entre as Irlandas, mas estamos prontos para discutir como facilitar a ratificação no Reino Unido”, disse o presidente do Conselho Europeu, numa mensagem publicada no Twitter.

“Com o tempo a esgotar-se, também falar sobre o nosso nível de preparação para um cenário de não acordo”, sublinhou Donald Tusk.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português afirma que há "várias saídas possíveis" caso o parlamento britânico não aprove o acordo do Brexit, nomeadamente a de o Reino Unido retirar o pedido de saída da UE.

"Eu, como ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, não devo interferir no processo político interno ao Reino Unido. O que posso dizer é que como o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) hoje tornou claro é que há várias saídas possíveis se a decisão final do Reino Unido for no sentido de não aprovar o acordo que negociou", observou.

Augusto Santos Silva, que falava aos jornalistas em Bruxelas, no final do Conselho dos Negócios Estrangeiros da UE, referia-se ao adiamento da votação do acordo do Brexit no parlamento britânico, para evitar o mais que previsível 'chumbo' do texto, e ao acórdão de hoje do TJUE, no qual aquela instância decidiu que Londres tem a capacidade de revogar de forma unilateral a saída do bloco comunitário.

[notícia atualizada às 20h33]