Foi adiado o cessar-fogo em Gaza, que permitiria a libertação de reféns da Faixa de Gaza. É uma informação confirmada pelo conselheiro de Segurança Nacional de Israel e também pelos Estados Unidos. O que se sabe, nesta altura - e é uma indicação que vem do final da noite de quarta-feira - é que essa operação para libertar 50 reféns israelitas em troca de 150 presos palestinianos está adiada pelo menos até sexta-feira.
Este tempo adicional de espera estará relacionado com formalidades administrativas, nomeadamente com a lista de nomes de reféns fornecidos pelo Hamas às autoridades de Telavive.
Mas isto põe em causa os termos do acordo?
Tanto quanto se sabe neste momento, isso não estará em causa. Uma fonte do governo israelita, citada pelo jornal Haaretz, diz não haver razão para preocupações. Não se trata de uma rutura nas negociações. Será uma questão de tempo.
Sendo assim, o que está previsto é que o Hamas liberte 50 mulheres e crianças mantidas reféns em Gaza desde o ataque de 7 de outubro. Em troca, Israel libertará até 150 prisioneiros palestinianos detidos nas prisões do país que, tudo indica, deverão ser repatriados para a Cisjordânia e não para a Faixa de Gaza. Ou seja, por cada refém libertado pelo Hamas, 3 palestinianos saem das prisões de Israel.
E por cada 10 reféns adicionais libertados, haverá mais um dia de cessar-fogo, até ao máximo de 10 dias. São as condições acordadas entre as partes em conflito.
Outra nota importante: existe um compromisso de não agressão- Israel suspende os bombardeamentos. Já o Hamas compromete-se a não atacar território israelita com recurso a rockets.
Enquanto isso, qual é a situação nos hospitais de Gaza?
Muito complexa, tendo em conta que nesta altura só mesmo o hospital Al Awda, na cidade de Gaza, está a funcionar em pleno, apesar do quadro de insegurança e das limitações sentidas, sobretudo ao nível do fornecimento de energia.
Num depoimento áudio enviado à Renascença, o diretor clínico, Ahmad Muhanna, confirma que este é o único hospital a prestar cuidados, num quadro de enorme insegurança e com graves limitações, sobretudo devido à falta de energia.
"A situação é crítica no norte de Gaza. Nos últimos 2 a 3 dias intensificaram-se os bombardeamentos em redor do hospital. Muitos ataques aéreos e de tanques israelitas obrigaram ao encerramento do hospital indonésio, a cerca de 200 metros de distância deste hospital", diz
Ahmad Muhanna diz, no entanto, que no hospital não se parou a atividade. "Apesar de já não termos combustível, temos um pequeno gerador e os blocos operatórios estão a funcionar com recurso a lanternas com pilhas. Estamos a fazer o melhor possível. Este é o único hospital da Cidade de Gaza e de toda a zona norte em funcionamento. Todos os outros tiveram de fechar. É este o ponto de situação", informa à Renascença.