O Papa apelou nesta segunda-feira à abertura da Igreja Católica e ao compromisso na luta contra as desigualdades.
Durante uma audiência com seminaristas do Seminário Pontifício Lombardo, no Vaticano, o Santo Padre pediu: "por favor, não fiquemos barricados na sacristia e não cultivemos pequenos grupos fechados, onde nos podemos aconchegar e ficar sossegados".
Falando aos futuros sacerdotes, Francisco sublinhou que "é necessário abrir, expandir o horizonte do ministério às dimensões do mundo".
O Papa defendeu que os novos padres devem ter também "o desejo de levar o Evangelho às ruas do mundo, aos bairros e lares, especialmente aos lugares mais pobres e esquecidos".
Acrescentou que "o Senhor deseja que os seus pastores se conformem a Ele, carregando no coração e aos ombros as expectativas e os fardos do rebanho. Corações abertos, compassivos, misericordiosos".
Disse ainda que os sacerdotes católicos devem ser "tecedores de comunhão", atuando contra as desigualdades e "atentos aos sinais de sofrimento do povo".
O discurso de Francisco centrou-se na figura do Papa Pio XI, Achille Ratti, um dos primeiros alunos do Seminário Lombardo.
Citou ainda a Encíclica “Quadragesimo anno” com quase um século, na qual Pio XI alertava contra a acumulação de riqueza e do poder nas mãos de poucos.
E aproveitou para dizer: "como isso é verdade e como é trágico agora, quando a distância entre os poucos ricos e os muitos pobres é cada vez maior”.