O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou esta segunda-feira que que todos os sinais indicam que o Estado Islâmico levou a cabo o ataque a uma sala de concertos perto de Moscovo, no qual morreram 137 pessoas.
"Foi uma entidade do Estado Islâmico que planeou o ataque [a Moscovo] e o executou", afirmou, acrescentando ainda que "este grupo em particular fez várias tentativas (de ataques) no nosso próprio solo".
Seria "cínico e contraproducente" tentar usar ataque e "virá-lo contra a Ucrânia"
A Rússia tem contestado as afirmações dos Estados Unidos e de outros países de que o Estado Islâmico orquestrou o ataque de sexta-feira, acusando Washington de estar a encobrir a Ucrânia. Perante esta situação, Macron disse que seria "cínico e contraproducente" para a Rússia culpar a Ucrânia.
Em declarações aos jornalistas, depois de chegar de uma viagem à região sul-americana da Guiana Francesa, Macron advertiu contra qualquer "exploração" do ataque por parte da Rússia, considerando que seria "cínico e contraproducente para a Rússia utilizar este contexto para tentar virá-lo contra a Ucrânia".
Até agora, Moscovo recusou-se a comentar a alegação do EI sobre o ataque.
"Vou deixar essa pergunta sem resposta", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, quando questionado pelos jornalistas sobre a publicação de vídeos nas redes sociais que mostram os suspeitos com sangue no rosto.
Um tribunal de Moscovo decretou no domingo dois meses de prisão preventiva aos quatro suspeitos, que arriscam uma pena de prisão perpétua por terrorismo.
Segundo as autoridades, três dos suspeitos admitiram a culpa em tribunal. Contudo, os serviços de segurança e o Presidente Vladimir Putin sugerem que os autores do ataque poderiam estar ligados a Kiev.
Macron disse que França ofereceu aos serviços de segurança russos "uma maior cooperação". "Veremos como o contexto evolui e se os próximos dias ou semanas justificam" uma conversa pessoal, defendeu.
O governo francês também aumentou o alerta de segurança para o nível mais elevado no domingo, depois de a província de Khorasan do Estado Islâmico ter reivindicado a autoria do ataque perto de Moscovo.
A França já estava em alerta máximo de segurança antes dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Paris deste ano, que deverão atrair milhões de visitantes ao país.